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“Não seria bom” o Estado recuperar 100% da TAP. Neeleman lembra dívidas e aviões velhos

Fortune Live Media / Flickr

David Neeleman, principal accionista privado do Consórcio Atlantic Gateway que detém 45% da TAP.

O principal accionista privado da TAP, o brasileiro David Neeleman, não sabe se o Governo está interessado em recuperar para o Estado a totalidade do capital da companhia de aviação, mas deixa já o aviso de que “não seria bom” para a empresa.

“Caberá ao Governo responder, mas não acredito pois não seria bom para a TAP”, considera David Neeleman, o principal accionista privado do Consórcio Atlantic Gateway que detém 45% da TAP, numa entrevista ao Expresso.

“O Estado já foi dono da TAP e no momento em que pegámos na empresa na privatização, a TAP estava sem recursos para pagar salários, com aviões muito velhos e uma dívida enorme“, recorda Neeleman, citando ainda as “leis europeias e internacionais” que “são muito restritivas relativamente aos apoios e fundos que os Estados podem colocar nas suas empresas quando competem com empresas privadas”.

Estas palavras surgem numa altura em que é claro o desconforto entre os dois principais accionistas da TAP, o Consórcio Atlantic Gateway e o Estado, que detém 50% da empresa, na sequência da polémica do pagamento de prémios de 1,17 milhões de euros a alguns colaboradores, após um ano em que a empresa teve prejuízos de 118 milhões.

“Foi um mal entendido que já foi esclarecido”, repete Neeleman, frisando que o CEO que escolheu para a TAP, Antonoaldo Neves, lhe ligou “há meses, antes de qualquer discussão sobre o tema, e disse que eles nunca aceitariam um prémio”.

Neeleman também deixa elogios à comissão executiva da transportadora, que foi ele a escolher, frisando que “está a fazer um excelente trabalho”.

Quanto ao relacionamento com o Estado, Neeleman frisa que os contratos assinados “têm sido cumpridos de parte a parte”.

E depois da reprimenda do ministro Pedro Nuno Santos que falou em “quebra da relação de confiança” com a liderança da TAP, no âmbito da polémica dos prémios, Neeleman ameniza o desconforto, sublinhando que “não haverá qualquer problema” num futuro encontro entre ambos. “Somos pessoas bastante directas e sinceras“, frisa, apontando que têm mantido contactos por diversas vias.

ZAP //

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