Morte de dançarino desencadeia violência no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro foi mais uma vez palco de protestos na noite de terça-feira, que resultaram numa vítima mortal. As ações violentas começaram depois da morte de um dançarino na favela Pavão-Pavãozinho, na região de Copacabana. Os moradores da comunidade acusam a polícia de assassinato.

Grandes avenidas da área turística de Copacabana foram fechadas pela polícia e os manifestantes fizeram barricadas e atearam fogo a pneus dentro da favela. Testemunhas afirmam que carros foram incendiados e uma base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) teria sido atacada por homens armados.

De acordo com a imprensa local, um grupo de polícias militares teria sido cercado por criminosos numa casa dentro da favela, tendo sido resgatados por equipas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), a unidade de elite da polícia militar do Rio de Janeiro.

Os agentes também afirmaram à imprensa local que os ataques teriam sido orquestrados por membros da facção criminosa Comando Vermelho. Este episódio de violência acontece a menos de dois meses do início do Mundial de Futebol.

Uma morte confirmada

Um menino de 12 anos foi baleado e um homem de 30 morreu nos protestos.

A criança foi atingida por tiros por volta das 18h, segundo relatos de pessoas que vivem na comunidade. Um polícia da UPP da região, no entanto, disse que o rapaz foi atingido por uma pedra lançada pelos próprios manifestantes.

A vítima mortal foi transportada durante a noite para um hospital na zona sul do Rio, onde chegou já sem vida. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o homem foi morto com um tiro na cabeça durante os conflitos, tendo chegado ao hospital sem qualquer documento de identificação.

Morte de Douglas Pereira

DG / Facebook

Dg com Anitta

O jovem DG com a cantora Anitta

O protesto – que começou como uma manifestação de moradores da comunidade antes de se tornar violento – iniciou-se após a morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, um dançarino de 25 anos.

O corpo de DG, conhecido por ser um dos dançarinos de Regina Casé no programa Esquenta, da TV Globo, foi encontrado na madrugada de terça-feira por polícias da UPP do Pavão-Pavãozinho dentro de uma creche, com sinais de espancamento.

Os amigos de Douglas alegam que este terá sido agredido ao tirar satisfações com os agentes acerca de um roubo na comunidade, mas a família acredita que o jovem terá sido espancado até à morte depois de ser confundido com traficantes, ao fugir de uma troca de tiros na noite de segunda-feira.

A polícia afirma que os ferimentos do jovem seriam compatíveis com os de uma queda e que o corpo não apresentava sinais de projécteis.

ZAP

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