Um encontro de jovens hoje à noite na igreja de São João de Latrão, em Roma, marca o início do programa das cerimónias em os papas João XXIII e João Paulo II serão proclamados santos.
O encontro juntará jovens de todo o mundo com os defensores [postuladores] da causa dos dois papas e foi já considerado pelo Vaticano um dos “momentos marcantes” que antecedem a canonização a 27 de Abril, dia em que se comemora a festa da Divina Misericórdia, instituída por João Paulo II.
O segundo momento apontado pela Santa Sé são as vigílias da véspera da canonização em 11 igrejas paroquiais de Roma com orações em várias línguas, incluindo em português.
A canonização de João Paulo II, devoto da Virgem de Fátima, acontece apenas nove anos após a sua morte e três depois da sua beatificação, um tempo considerado recorde para a Igreja Católica.
O então papa Bento XVI dispensou o prazo obrigatório de cinco anos para abrir o processo de beatificação e canonização do seu antecessor.
João Paulo II foi beatificado em maio de 2011, depois de confirmada a cura da freira francesa Marie Simon-Pierre, que o Vaticano considerou um milagre.
O caso refere-se ao repentino desaparecimento da doença de Parkinson na religiosa, o mesmo problema que afectou o papa polaco nos últimos anos da sua vida.
A 05 de Julho do ano passado, o papa Francisco confirmou um segundo milagre atribuído a João Paulo II relacionado com a cura de uma mulher da Costa Rica com um aneurisma cerebral.
No caso do papa João XXIII, que morreu em Junho de 1963, o papa Francisco decidiu considerá-lo santo antes de ser confirmado um segundo milagre, uma decisão inédita.
Karol Wojtyla, que assumiu as funções entre 1978 e 2005 e Angelo Giuseppe Roncalli, cujo pontificado durou apenas três anos, entre 1962 e 1965, e ficou conhecido pelas suas ideias reformistas traduzidas na convocação do Concílio Vaticano II, serão proclamados santos em cerimónias para as quais são esperados milhões de fiéis.
O presidente da câmara de Roma estimou, baseado nos dados dos alojamentos, que Roma será visitada durante o mês de Abril por três milhões de pessoas, apesar de não ter quantificado o número de visitantes que estará na cidade no dia da canonização.
A praça de São Pedro e da Via da Conciliação, onde irão decorrer as cerimónias de canonização, têm capacidade para apenas 250 mil pessoas, por isso, a autarquia informou que serão instalados ecrãs e vários locais centrais de Roma.
Os dispositivos de segurança e os serviços sanitários e de transportes foram reforçados e, no dia da canonização, o patrulhamento dos percursos de autocarro entre a estação de comboios e o Vaticano contarão com um dispositivo adicional de 24 contingentes de polícia.
O Vaticano não avançou previsões sobre o número de fiéis que participarão na cerimónia de canonização, que decorrerá no adro da Basílica de São Pedro e será concelebrada por cerca de mil cardeais e bispos e mais de 700 sacerdotes.
Foi criado site oficial do evento, plataformas no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube, e a aplicação para telemóveis e tabletes “Santo Já”.
O papa emérito Bento XVI foi convidado para a celebração, mas a sua presença ainda não foi confirmada.
O relicário de João Paulo II será o mesmo usado na beatificação e será realizado um igual para João XXIII.
As duas mulheres que o Vaticano reconhece terem sido miraculadas por Karol Wojtyla estarão presentes na celebração.
Depois da missa, será possível venerar os túmulos dos dois novos santos.
/Lusa