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Ford, GM e Toyota unem-se para melhorar padrões de segurança de veículos autónomos

Nate Hassler / Toyota

Toyota Concept-i

Três dos principais fabricantes de automóveis do mundo – Ford, GM e Toyota – estão a unir forças para desenvolver melhores padrões de segurança para veículos autónomos. O intuito é tornar a segurança autónoma “muito mais do que apenas uma preocupação teórica”.

O novo consórcio, denominado Automated Vehicle Safety Consortium (Consórcio de Segurança Automatizada do Veículo) – AVSC -, será afiliado ao proeminente grupo de engenharia automóvel SAE International, avançou o Ars Techinica esta quinta-feira.

A GM é a empresa controladora da Cruise, uma ‘startup’ de táxis autónomos, que atualmente está a testar dezenas de veículos autónomos em São Francisco, nos Estados Unidos (EUA). A Ford desenvolveu um projeto semelhante, designado Argo, que está a testar em Miami e pensa expandir para Washington.

Também a Toyota está a investir nesse sentido, tendo criado o Toyota Research Institute, um centro de pesquisa focado em sistemas de prevenção de acidentes para carros convencionais e veículos totalmente autónomos. A empresa investiu ainda 500 milhões de dólares (cerca de 445 milhões de euros) no projeto autónomo da Uber, em agosto de 2018.

Apesar do anúncio, ainda não se sabe ao certo o que o consórcio fará. O primeiro produto será um “roteiro de prioridades”, que orientará os esforços subsequentes. Num comunicado de imprensa, o grupo afirmou que desenvolverá uma “estrutura de segurança” para veículos autónomos.

Outras empresas estão igualmente a trabalhar para desenvolver estruturas de segurança próprias. No ano passado, A Mobileye, da Intel, anunciou a criação de uma estrutura que fornece dados detalhados das situações que um carro sem motorista tem que lidar. Quando a Nvidia revelou que estava a desenvolver uma estrutura de segurança própria, em março, a Mobileye criticou a empresa, identificando-o como um “imitador inferior”.

Segundo a Ars Techinica, o novo grupo pode ter tido esse tipo de disputa em consideração quando anunciou planos para “harmonizar com os esforços de outros consórcios e órgãos de padronização em todo o mundo”.

O comunicado de imprensa do AVSC mencionou um objetivo específico que parece extremamente necessário: melhorar a partilha de dados sobre sensores. No seu site oficial, o grupo afirma que vai trabalhar em novos métodos para “coleta de dados, proteção e partilha”, fatores “necessários para reconstruir determinados eventos”.

Algumas empresas têm atualmente dezenas de carros nas ruas para testar o desempenho da sua tecnologia em situações reais. Esse processo não é apenas financeiramente dispendioso, representando também um risco para o público, como foi constatado no acidente mortal que envolveu um carro da Uber, no ano passado.

Provavelmente, “não há como eliminar totalmente esse risco”, mas uma boa forma de minimizá-lo passa pela partilha dos dados entre essas empresas, lê-se no artigo.

Assim, se o carro de uma empresa encontra uma situação extraordinariamente complicada, deve ser capaz de compartilhar dados detalhados do sensor com outras empresas. Essas, por sua vez, devem ser capazes de recriar o cenário nos seus simuladores e verificar se o seu próprio ‘software’ teria lidado corretamente com a situação.

Esse tipo de iniciativa pode acelerar o desenvolvimento de carros autónomos e, potencialmente, salvar vidas no processo. Mas, até agora, o sigilo intenso que tradicionalmente envolve os projetos de tecnologia parece ter dificultado qualquer esforço sério para fazer esse tipo de partilha de dados numa escala significativa.

A AVSC pode agora contribuir para que se ultrapassem diretrizes vagas sobre a segurança. Através deste consórcio, será possível construir uma infraestrutura para que a Ford, a GM e a Toyota compartilhem dados entre si, criando ainda uma biblioteca de cenários simulados e convidando outras empresas para participar, acrescenta a Ars Technica.

TP, ZAP //

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