Rhoda Rodriguez-Diaz, uma jovem da cidade de Leicester, sofre de uma doença neurológica grave que a obriga a dormir cerca de 22 horas diárias. Apesar do seu distúrbio do sono, a britânica continua a sentir-se cansada.
Em entrevista ao Daily Mail, Rhoda confessou que a patologia rara que sofre teve grande impacto na sua vida, interferindo direta e drasticamente na sua vida académica e social.
Segundo contou ao diário britânico, a estudante de Psicologia, de 21 anos, foi diagnosticada em criança com hipersonia, uma condição neurológica caraterizada por período recorrentes de sonolência diurna e fadiga extrema.
Rhoda adormecia com frequência na escola e era incapaz de praticar quaisquer desportos, uma vez que se sentia “constantemente cansada”.
No primeiro semestre do ano letivo passado, a estudante não compareceu a vários exames na faculdade e perdeu algumas aulas porque estava a dormir. Em setembro, e após uma série de novos exames, os médicos descobriram que Rhoda sofria da síndrome de Kleine-Levin, também conhecida como Síndrome da Bela Adormecida. Esta condição afeta também o sono, mas de forma mais severa do que a hipersonia.
Este transtorno traduz-se em episódios de sono que podem durar até três semanas, com pequenas pausas, nas quais a jovem aproveita para se alimentar e ir à casa de banho. “É realmente irritante quando as pessoas me chamam preguiçosa, luto diariamente contra os efeitos [desta doença]”, disse a jovem ao diário britânico.
Tal como explicou Rhoda, é possível estar vários meses seguidos sem sentir quaisquer sintomas associados à doença contudo, quando estes aparecem, têm um impacto muito forte na sua rotina diária. Os seus amigos contam que quando a jovem sofre um destes episódios, o seu humor muda. “Fico com raiva e o meu comportamento muda drasticamente”, enfatiza a jovem britânica.
“A vida continua enquanto estou a dormir, quando acordo a realidade atinge-me e percebo que perdi uma semana da minha vida“, acrescenta.
A sua doença, que a obrigava a faltar frequentemente à universidade, acabou por levar à sua expulsão do estabelecimento de ensino. Posteriormente, o seu diagnóstico foi analisado e a universidade considerou-a um “caso excecional”, permitindo-lhe voltar às aulas.
Os portadores da síndrome de Kleine-Levin conseguem, eventualmente, superar a sua condição. A última vez que Rhoda teve um episódio foi há três meses, quando a jovem dormiu mais de 60 horas em três dias. Apesar de tudo, a estudante diz ter aprendido a controlar os seus sintomas, evitando que estes interfiram na sua vida adulta.
“Estou mais ciente disso agora, sei quando vou ter um episódio (…) Esta é apenas uma dificuldade que eu estou à espera que desapareça. Quero que [as pessoas] me levem a sério na vida e [a doença] não ajuda”, conclui.