O presidente da Associação Mutualista, Tomás Correia, arrasa o Banco de Portugal (BdP) pela multa superior a um milhão de euros que lhe aplicou, prometendo “impugnar a decisão”, e também se atira ao Governo devido à lei da idoneidade.
Em grande entrevista à TSF, ao Dinheiro Vivo e ao Diário de Notícias, Tomás Correia considera que, “olhando para o que sai na comunicação social”, “parece” que a lei da idoneidade foi feita à sua medida, o que seria inconstitucional.
Falando sobre a clarificação da norma que dá à Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) a responsabilidade de avaliar a idoneidade das administrações das associações mutualistas, Tomás Correia diz que vai estudar o decreto aprovado em tempo recorde por Marcelo Rebelo de Sousa.
O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, já veio garantir que “a lei não atribui funções relativamente a ninguém em particular”. “É uma lei geral e abstracta que foi aprovada há uns longos meses, depois de terem surgido dúvidas face às remissões que a lei continha”, salientou o governante em declarações divulgadas pela TSF.
“BdP está a ir longe de mais”
Noutro âmbito, Tomás Correia atira-se ao BdP, considerando que “não será difícil impugnar a decisão” que o acusa de várias irregularidades de gestão na Caixa Económica Montepio Geral, o actual Montepio, no período entre 2009 e 2014.
O gestor fala de um “pré-juízo” do supervisor, acusando-o de ter tomado uma decisão após analisar um processo de 150 mil páginas em apenas dois dias.
“Não é nada difícil impugnar a decisão do BdP, porque esta tem enormes fragilidades”, considera, falando em “nulidades de vária ordem”, nomeadamente “inconstitucionalidades significativas e também fragilidades no que diz respeito ao mérito da questão”.
“O BdP dá como provado que os visados não obtiveram, nem tentaram obter, qualquer vantagem” e não faz “qualquer juízo ético negativo relativamente ao que está em causa”, mas apesar disso, levanta “um manto de procedimentos cuja veracidade” Tomás Correia diz não aceitar.
O gestor chega a acusar o BdP de “fazer truncagens dos seus próprios documentos para retirar aquilo que contrariaria as conclusões em relação a várias matérias”, prometendo que “não ficará pedra sobre pedra” da decisão do supervisor.
Tomás Correia diz que o BdP “está a ir longe de mais no modo como exerce os seus poderes”, tendo a certeza que “na fase da justiça isto não tem a mínima possibilidade de poder ter seguimento”.
O responsável da Mutualista também refere que “a defesa muito determinada dos interesses da instituição, sobretudo a partir de 2010 com a intervenção da troika, não foi muito bem-vista” e lamenta que “tudo se desenvolveu no sentido de a banca paulatinamente ter sido tomada por capitais estrangeiros e também o sector segurador”, com a entrada de “grandes bancos espanhóis”.
“No sector segurador, em 2010, 85% do mercado era dominado por capitais portugueses. Hoje, nem 10%”, destaca.
Recusando falar em “represália”, o gestor nota que, “muitas vezes, os reguladores têm uma visão do que são os seus poderes que vão além do [seu] entendimento nestas matérias”. “A minha missão era defender o património do Montepio, que é dos associados, e não podia facilitar em vontades, como por exemplo tratar o Montepio como se fosse um conglomerado financeiro e aplicar as regras de Basileia no quadro prudencial aplicável à associação mutualista”, diz.
“O que fiz foi bem feito, foi sempre ao encontro dos interesses dos associados, mas foi também ao encontro dos interesses nacionais e do sistema financeiro”, acrescenta, frisando que “o Montepio não pediu ajuda ao Estado nem aos contribuintes, resolveu todos os seus problemas, não há lesados do Montepio”.
Outro Salgado!…
Ou Outro Sem SAL
Onde estão os lesados?
Aqui:
“OS LESADOS DA ASSOCIAÇÃO MUTUALISTA MONTEPIO”
http://joaorendeiro.com/wordpress/?p=2553
Para mim mais um discípulo da quadrilha do BPN, BESC, e doutros!!!
Mas qual é o problema deste impune? Não foi ele que determinou que seria o Montepio a pagar as tretas?
Antonio se sinte lesado pede ao banco de portugal que limpe a casa e que a auturidade de bancos faca sanidade.