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Dois mil ossos humanos encontrados em casa de veterano de guerra

O FBI encontrou cerca de dois mil ossos humanos na casa de um veterano de guerra. O ex-soldado norte-americano, que faleceu em 2015, era dono de mais de 40 mil artefactos históricos.

Segundo a CBS, a casa de Don Miller, no estado de Indiana, já estava sob investigação desde 2014 por suspeitas de ter adquirido ilegalmente artefactos históricos para a sua coleção. Miller combateu na Segunda Guerra Mundial.

Para além de ter combatido na Segunda Guerra Mundial, Miller foi engenheiro elétrico, viajou o mundo como missionário e participou em algumas expedições arqueológicas amadoras. Em 2014, Miller contou à CBS que recolheu os artefactos em mais de 200 diferentes países.

A casa inteira é um museu. Há coisas por todo o lado”. Foi assim que Liz Dykes, jornalista que entrevistou Miller sobre a sua vida e coleção, descreveu a casa do veterano de guerra. “Ele era muito carismático e adorado por todos”, rematou Dykes.

Segundo um comunicado do FBI, esta quarta-feira, as ossadas correspondiam a cerca de 500 corpos humanos. Tim Carpenter, do FBI, diz que quando foi pela primeira vez a casa de Miller, “foi algo único” como nunca viu.

Carpenter diz que “perto de metade da sua coleção era de Americanos Nativos, enquanto a outra metade era do resto do mundo”. Há, por isso, uma grande probabilidade de que as ossadas tenham sido roubadas a cemitérios de tribos nativo-americanas.

Quando abordada sobre o assunto, a esposa de Miller recusou responder a qualquer pergunta. No entanto, o investigador do FBI acredita que Miller teria noção dos crimes federais que estava a cometer.

Em declarações ao The Guardian, um porta-voz do FBI admite que estão a ser feitos esforços para devolver as ossadas aos seus respetivos cemitérios. Para tal, contam com a ajuda de Pete Coffey, um responsável da tribo de Arikara, no Dakota do Norte.

“Aqui, muitas vezes somos tratados como uma curiosidade e não como pessoas”, disse Coffey, que tenta devolver um pouco de paz aos seus antepassados indígenas.

ZAP //

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