Uma equipa de investigadores criou uma teia científica que lhe permitiu identificar os 20 filmes mais influentes de todos os tempos. “O Feiticeiro de Oz”, “Guerra das Estrelas” e “Psico” surgem no topo da lista.
Investigadores da Universidade de Turim, em Itália, calcularam a influência de 47 mil filmes listados na base de dados IMDb. Deste modo, definiram um ranking com base em quantas vezes cada filme foi referenciado por outros filmes, concluindo quais são os mais influentes de todos os tempos.
“O Feiticeiro de Oz” (1939), “Guerra das Estrelas” (1977) e “Psico” (1960) surgem nos três primeiros lugares deste ranking que foi publicado, a par do estudo, no jornal científico Applied Network Science.
“King Kong” (1933), “2001: Odisseia no Espaço” (1968), “Metrópolis” (1927), “Citizen Kane” (1941), “O Nascimento de uma Nação” (1915), “Frankenstein” (1931), “A Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), “Casablanca” (1942), “Drácula” (1931), “O Padrinho” (1972), “Tubarão” (1975), “Nosferatu, o Vampiro” (1922), “A Desaparecida” (1956), “Cabiria” (1914), “Dr. EstranhoAmor” (1964), “E Tudo o Vento Levou” (1939) e “O Couraçado Potemkine” (1925) são os outros filmes do top 20.
Nota-se que nesta lista dos 20 filmes mais influentes de sempre, foram todos gravados antes de 1980 e sobretudo, nos EUA.
O investigador que liderou o estudou, Livio Bioglio, destaca que a análise recorreu a um “método alternativo aos resultados de bilheteiras – que são afectados por factores para lá da qualidade do filme, tais como publicidade e distribuição – e às críticas – que são, basicamente, subjectivas – para analisar o sucesso de um filme“.
“Desenvolvemos um algoritmo que usa referências entre filmes como uma medida para o sucesso, e que também pode ser usado para avaliar a carreira de directores, actores e actrizes, considerando a sua participação em filmes com maior pontuação”, frisa Bioglio citado no comunicado divulgado pelo Sciencedaily.com.
Os cálculos foram feitos criando uma teia de ligações entre os 47 mil filmes analisados, contabilizando o número de conexões e a importância dos filmes a que estavam ligados.
O método já foi utilizado noutros campos de análise científica, mas este será “o primeiro estudo que usa estas técnicas para também pontuar personalidades envolvidas na produção de filmes”, aponta Bioglio.
Assim, foi possível também organizar a lista dos 20 realizadores mais influentes, destacando-se entre os oito primeiros os cinco que são creditados como tendo dirigido “O Feiticeiro de Oz” – George Cukor (1.º), Victor Fleming (2.º), Mervyn LeRoy (4.º), Norman Taurog (7.º) e King Vidor (8.º).
Os restantes realizadores que conseguem entrar neste lote de 8 são Alfred Hitchcock (3º), Steven Spielberg (5º) e Stanley Kubrick (6º), todos envolvidos em filmes da lista dos 20 mais influentes.
O facto de George Cukor e Victor Fleming liderarem a lista pode ter a ver com a circunstância de terem realizado também “E Tudo o Vento Levou”.
Já quanto aos actores mais influentes, surgem nos três primeiros lugares da listagem Samuel L. Jackson, Clint Eastwood e Tom Cruise. Seguem-se, por esta ordem, Arnold Schwarzenegger, John Wayne, Williem Dafoe, Bruce Willis, Vincent Price (conhecido por ter feito filmes de terror), Desmond Llewelyn (o Q em vários filmes de James Bond), Ward Bond (o capitão Clayton de “A Desaparecida” de John Ford), Robert de Niro, Sean Connery, Jack Nicholson, Harrison Ford, Danny Trejo (o anti-herói do costume em filmes como Machete e Spy Kids), Christopher Lee (o Saruman de “O Senhor dos Anéis”), Robbie Coltrane (o Rúbeo Hagrid dos filmes da saga “Harry Potter”), Johnny Depp, Steve Buscemi e James Stewart (que ganhou o Óscar de Melhor Actor com a comédia “Núpcias de Escândalo” de 1940).
Do lado das actrizes, a mais influente é Lois Maxwell, a canadiana que interpretou o papel de Miss Moneypenny em mais de uma dezena de filmes de James Bond. Depois, no segundo lugar da lista, surge Carrie Fisher, a Princesa Leia da saga “Guerra das Estrelas”. Maureen O’Sullivan, que fez de Jane em filmes do “Tarzan” ao lado de Johnny Weissmuller e que é mãe da actriz Mia Farrow, é a terceira classificada.
Na listagem das 20 actrizes mais influentes surgem ainda Halle Berry, Drew Barrymore, Lin Shaye (conhecida por filmes de terror como “Pesadelo em Elm Street” e “Insidious”), Cameron Diaz, Julianne Moore, Faye Dunaway, Beth Grant (a Gracie Leigh da série da CBS “Jericó”), Jamie Lee Curtis, Julie Christie (ícone do cinema britânico dos anos de 1960), Sigourney Weaver, Joan Crawford, Maggie Smith (a professora Minerva McGonagall da saga “Harry Potter”), Frances Bay (conhecida por “Blue Velvet” e “Um Coração Selvagem” de David Lynch), Mary Ellen Trainor (a Dr.ª Stephanie Woods dos filmes “Arma Mortífera” com Mel Gibson e Danny Glover), Cloris Leachman (dos filmes ” Butch Cassidy e Sundance Kid” de 1969), Judi Dench e Natalie Portman.
Os investigadores notam, ainda, “um forte preconceito de género” nas pontuações de actores e actrizes, sendo que no top 10 dos mais influentes, a única mulher que aparece é Lois Maxwell.
“Os resultados das actrizes mais pontuadas tendem a ser inferiores em comparação com os seus colegas masculinos”, atesta Bioglio. “As únicas excepções são os filmes musicais, onde os resultados mostram uma moderada igualdade de género, e os filmes produzidos na Suécia, onde as actrizes ficaram melhor classificadas do que os actores”, conclui o investigador.
O estudo ia razoável até à parte de “um forte preconceito de género”… Será que agora tem de se meter à pressão estes critérios em tudo e mais alguma coisa? Não será também esta moda um preconceito?