5.130 anos de prisão. Ex-militar da Guatemala condenado por participar em massacre

ABr

Um tribunal da Guatemala condenou um ex-militar deportado dos EUA a 5.130 anos de prisão por um massacre, executado em 1982, de 171 aldeãos.

Santos López Alonzo é acusado de pertencer a um esquadrão da morte, que organizou a matança, a 7 de dezembro de 1982, na localidade nortenha de Dos Erres.

Um tribunal declarou na quarta-feira que López Alonso, agora com 66 anos, era culpado de assassínio e crimes contra a humanidade. Este ex-soldado também raptou e adotou um rapaz de cinco anos, cuja família assassinou.

Testemunhos de sobreviventes, citados pelo jornal Prensa Libre, indicam que os elementos militares invadiram as casas e levaram os homens para reuni-los no centro da comunidade.

As mulheres e crianças também foram retiradas das suas casas, depois separadas e levados para lugares diferentes. Várias mulheres e meninas sofreram violações sexuais e algumas das crianças foram mortas.

Além disso, o réu foi acusado de raptar Ramiro Osorio Cristales, de 5 anos à data do massacre. López Alonzo levou a criança para a sua casa, mudou-lhe o nome para Ramiro Fernando López García e fingiu que era seu filho.

Em agosto de 2016, López Alonso foi extraditado dos EUA, onde esteve detido durante seis anos por problemas de imigração.

Outros homens ligados ao caso e sentenciados nos EUA  são Gilberto Jordán e Jorge Sosa Orantes, declarados culpados de fraude migratória, porque negaram ter tido qualquer ligação com o massacre quando entraram no país.

Ainda que o tempo máximo que alguém pode estar preso na Guatemala ser 50 anos, Lopes Alonso foi condenado a mais de cinco mil.

Segundo uma comissão de apuramento da verdade patrocinada pela Organização das Nações Unidas, cerca de 250 mil pessoas foram assassinadas e outras 45 mil desapareceram durante a guerra civil no país, entre 1960 e 1996.

ZAP //

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