Os legisladores da Etiópia nomearam esta quinta-feira e com unanimidade a primeira presidente mulher da história do país africano. Diplomata de carreira, Sahle-Work Zewde vai substituir Mulatu Teshome, no poder desde 2013.
A nomeação de Zewde ocorre numa altura em que o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, aprovou uma reforma histórica no seu gabinete, estabelecendo que metade dos seus membros será formada por mulheres.
Na Etiópia, o presidente da República tem valor representativo, mas as suas responsabilidades são simbólicas e honorárias, lembra a Agência Brasil. A maior parte do poder está nas mãos do primeiro-ministro, que representa o país nas grandes cúpulas internacionais.
Zewde ocupou, até recentemente, a função de representante especial na União Africana do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Anteriormente, tinha sido embaixadora do Djibuti em França, e Representante Permanente da Etiópia junto à Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento.
Zewde torna-se assim a quarta chefe de Estado na Etiópia desde a adoção da Constituição de 1995, que prevê a eleição de um presidente para um máximo de dois mandatos de seis anos.
O último presidente Mulatu Teshome resignou esta semana, um ano antes do mandato terminar. Apesar de não ter sido dada nenhum justificação, os observadores acreditam que é resultado das negociações entre os quatro partidos que formam a coligação no poder, a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope.
Em abril, Abiy Ahmed foi escolhido como o novo primeiro-ministro que, desde que foi eleito, iniciou uma ampla agenda de reformas, incluindo a libertação de dissidentes e a abertura do espaço democrático e de paz com a vizinha Eritreia.
Com o Ruanda e as Seicheles, a Etiópia é o terceiro país em África a instaurar a paridade de género no executivo e o único país africano com uma mulher chefe de Estado.
// Lusa / Agência Brasil