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A cura para o Alzheimer está um passo mais perto

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Um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge anunciou a descoberta de uma nova estratégia de combate às partículas tóxicas que destroem as células cerebrais nos doentes de Alzheimer.

“É a primeira vez que se propõe um método sistemático para atacar os patógenos, a causa da doença de Alzheimer, que foram identificados recentemente como pequenos grupos de proteínas conhecidas como oligómeros”, explicou o investigador principal, Michele Vendruscolo.

As proteínas são normalmente responsáveis por processos celulares importantes, mas, nos doentes de Alzheimer, estas proteínas tornam-se “rebeldes”, formando grupos e matando as células nervosas saudáveis, afirma o estudo publicado a 26 de setembro na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA”.

Em regra, as proteínas precisam de ligar-se numa estrutura específica para funcionar corretamente e quando este processo falha, a célula apresenta “um grave problema de ligamento”, formando grupos anormais de células e depósitos perigosos de proteínas.

Segundo explicou Vendruscolo, o cérebro perde capacidade para se desfazer desses depósitos perigosos ao envelhecer, o que provoca doenças como a demência.

David Reynolds, diretor científico do Centro de Investigação de Alzheimer, no Reino Unido, considerou que estudos como o de esta segunda-feira são vitais para aprimorar os progressos no descobrimento de fármacos e acelerar os novos tratamentos para estes doentes.

Outro dos autores principais, Christopher Dobson, da Universidade de Cambridge, sublinhou que este estudo mostra que é possível “não apenas encontrar compostos que se dirijam diretamente aos oligómeros tóxicos que causam transtornos degenerativos, como aumentar a sua potência de forma racional”.

A descoberta abre a porta ao desenvolvimento de novos medicamentos para tratar a doença de Alzheimer, que afeta cerca de 44 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os cientistas estimam que os medicamentos baseados nesta nova estratégia possam entrar em testes clínicos dentro de dois anos.

// Lusa

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