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Ninguém sabe onde está a atriz mais famosa da China

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(dr) China Film Group Corporation

Conhecida como Imperatriz Wu, a única mulher na história da China a ocupar o trono imperial é interpretada na TV pela atriz, cantora e produtora chinesa Fan Bingbing

Uma das atrizes mais famosas e bem pagas da China, Fan Bingbing, está desaparecida pouco depois de ter sido acusada de fugir aos impostos. O caso não é incomum dentro da República Popular da China.

Com participações internacionais em filmes da saga “X-Men” e “Iron Man” e parcerias em campanhas publicitárias de marcas como a Cartier e a Louis Vuitton, Fan Bingbing, de 36 anos, tinha sido recentemente escolhida para participar no filme “355” onde contracenaria com Jessica Chastain, Lupita Nyong’o e Penélope Cruz.

Presença regular em vários eventos mediáticos e bastante ativa nas redes sociais, a atriz está incontactável há 3 meses desde a sua última aparição pública a um hospital infantil no Tibete.

Segundo adiantou a CNN, o jornal estatal chinês Securities Daily, publicou um artigo a 6 de setembro, rapidamente apagado, onde dava conta de que a atriz estaria sob “custódia” estatal e a preparar-se para ser julgada, não se conhecendo os possíveis crimes de que estará a ser acusada nem a existência de nenhum comunicado oficial das autoridades a dar conta da acusação.

A sua última aparição pública coincide com a revelação, em maio, de dois contratos assinados pela atriz para um filme de produção chinesa. Os contratos tornados públicos por Cui Yongyuan, apresentador de televisão, teriam valores diferentes para o mesmo filme e o mais baixo serviria para ser apresentado ao fisco, fugindo à tributação de impostos.

Conhecidos na China como contratos ying-yang, a atriz terá apresentado ao fisco um contrato falso no valor de 1,5 milhões de euros e o contrato real seria de 7,5 milhões de euros.

Na altura, os representantes de Fan Bingbing negaram todas as acusações, mas acredita-se que as autoridades chinesas terão iniciado uma investigação aos principais artistas chineses. Sob anonimato, um dos maiores produtores do país revelou à CNN que a prática dos contratos ying-yang era “universal” na industria cinematográfica.

Fergus Ryan, antigo colaborador de Fan também relacionou o desaparecimento da atriz com esta fuga aos impostos. A viver na Austrália, Ryan diz que “as provas foram publicadas à vista de todos, colocando as autoridades uma posição em que foram obrigados a ser duros com ela“.

Jonathan Landreth, antigo correspondente da Hollywood Reporter na Asia, também contou à CNN que seria possível que o Partido Comunista Chinês quisesse centrar as atenções na evasão fiscal dos artistas e celebridades para desviar as atenções dos esquemas de corrupção que poderão existir no governo.

Este não é o primeiro caso em que artistas desaparecem no estado comunista chinês. Em 2011, Ai Weiwei, artista plástico, permaneceu desaparecido três meses até se saber que estava detido, sendo libertado após assinatura de uma confissão em que afirmou ter participado num esquema de evasão fiscal.

No ano de 2016, desapareceram Lui Por, Cheung Chi-ping, Lam Wing-kee e Lee Bo, editores de obras críticas do regime de Xi Jinping.

Afonso Guedes, ZAP // Time

6 Comments

    • Tendo em conta a economia chinesa (e que é o paií que compra mais Ferraris por ano!), chamar “país comunista” à China, só pode ser brincadeira!…

      • Pois, isso não faz sentido nenhum. Ou eles deixam de usar como bandeira uma coisa vermelha com uma foice e um martelo, e deixam de ter um regime de partido único chamado PCC, ou deixam de comprar Ferraris. Decidam-se, pá!

      • Então e onde está a novidade? Não são os comunistas, os chefes, claro! os maiores sacadores de capital? É que esse é mais fácil de obter do que ter que montar uma empresa e ter chatices diariamente com clientes e empregados.

      • Certo, por isso tens que concordar que a China, além do nome do partido único (Partido Comunista Chinês), pouco (ou nada) tem de comunista/comunismo!

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