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Investigadores identificam base molecular das bactérias resistentes a antibióticos

Jennifer n / Wikimedia

Proteína transposase

As bactérias desenvolveram resistência à maioria dos medicamentos que usamos hoje em dia, principalmente aos antibióticos. Além disso, são capazes de transferir entre si os genes que lhes conferem resistência. Agora, uma equipa de investigadores descobriu como.

Além de desenvolverem resistência a antibióticos, as bactérias são capazes de transferir essa capacidade a outras bactérias, com a ajuda da proteína transposase. Uma equipa de investigadores do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL) conseguiu descobrir de que forma é que esta proteína cumpre essa função.

Já se sabia que as bactérias transposões, elementos saltitantes de ADN que transportam genes de resistência aos antibióticos. Agora, os investigadores perceberam que a proteína transposase, envolvida no processo, força a porção de ADN a desenrolar-se para conseguir mais facilmente cortar a parte que lhe interessa.

“Se pensarmos em cabos, geralmente quando se enrolam, ficam ainda mais resistentes. Se quiser rasgar ou cortar um, é muito mais fácil se o desenrolar primeiro”, ilustrou a autora principal da investigação, citada pela EFE.

“A distorção do ADN também ajuda a inserir a porção resistente ao antibiótico em vários locais numa grande variedade de bactérias, expandindo a capacidade de transferência de genes”, explicou ao Observador Orsolya Barabas, coordenadora do grupo de Biologia Estrutural e Computacional do EMBL.

Esta descoberta irá permitir aos investigadores procurar moléculas que bloqueiem a proteína ou estes movimentos.

Uma das possibilidades que está debaixo de olho da comunidade científica é impedir que a proteína adquira a estrutura tridimensional que a torna funcional. Para isso, será preciso usar um novo peptídeo, uma cadeia curta de aminoácidos. Outra das possibilidades é usar uma molécula que imite o ADN e que se ligue ao transposão, impedido desta forma a transferência dos genes.

“A longo prazo, estas estratégias podem, por exemplo, prevenir a transferência de resistência em pessoas que tenham sido identificadas como portadores de bactérias resistentes a antibióticos, ajudando a controlar a disseminação deste genes de resistência”, disse a investigadora.

Agora, Barabas e a sua equipa concentram a pesquisa em melhorar a compreensão dos mecanismos de transferência, não só in vitro como na vida real, e em desenvolver ainda mais as estratégias para limitá-la.

ZAP //

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