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Investigadas suspeitas de sarampo em 20 profissionais de saúde

António Amen / Wikimedia

Hospital de Santo António, no Porto

A Direção-Geral da Saúde anunciou hoje que foram notificados na região norte dois casos de sarampo confirmados, existindo outros doentes com sinais e sintomas, mas que ainda estão em investigação.

“Foram notificados na região norte dois casos de sarampo, aparentemente não relacionados, confirmados laboratorialmente em adultos não vacinados”, refere a Direção-Geral da Saúde, em comunicado enviado à agência Lusa.

O primeiro caso é um homem, de 27 anos, que teve o início dos sintomas a 26 de fevereiro e diagnóstico clínico em 2 de março. “Está clinicamente curado, com ligação epidemiológica a França, país onde há registo de circulação do vírus do sarampo”, salienta.

O segundo caso é um homem, de 43 anos, com início dos sintomas a 6 de março e diagnóstico clínico em 12 de março. “Está internado e clinicamente estável. Está em curso a investigação para apurar a possível origem da infeção”, frisa.

A DGS acrescenta que, também na região norte, estão em investigação outros doentes com sinais e sintomas clínicos, de início súbito, incluindo exantema (erupção cutânea), dores musculares e cansaço, explicando que os resultados laboratoriais são confirmados no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

“A Direção-Geral da Saúde e a rede de Autoridades de Saúde, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e com os profissionais de saúde, estão a acompanhar a evolução da situação de acordo com o previsto no Plano de Contingência“.

A DGS lembra que o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave, principalmente em indivíduos não vacinados, e explica que atualmente se verificam surtos de sarampo em alguns países europeus devido à existência de comunidades não vacinadas.

O Hospital de Santo António divulgou ter internado um profissional daquela unidade de saúde por suspeita de ter contraído sarampo, tendo sido feitas colheitas para análise cujos resultados serão conhecidos esta quarta-feira.

O hospital afirma ter procurado saber de outros casos, incluindo entre pessoal em folga, sendo que no final foram sinalizados “20 casos idênticos, todos em profissionais”, sublinhando, porém, não haver ainda qualquer confirmação de que se trata de sarampo, podendo ser uma outra virose.

Segundo aquela unidade de saúde, “esta manhã – terça-feira – alguns profissionais do Hospital de Santo António, jovens adultos, apresentaram sintomas e sinais clínicos, de início agudo, incluindo exantema (rubor) cutâneo, febrícula (apenas alguns), mialgias e cansaço”.

Segundo o hospital, “não há nenhum doente com ligação epidemiológica conhecida com um caso confirmado de sarampo”, não sendo de excluir tratar-se “de uma outra virose”, já que “a apresentação clínica não é tão exuberante como habitualmente, designadamente com febre, prostração tosse, manchas da bochecha interna”.

Ainda, “não é provável um surto de sarampo manifestar-se com todos os casos num mesmo dia, atendendo à variabilidade individual dos períodos de incubação e de contágio”.

O hospital garante que “foram tomadas as medidas recomendadas para casos de sarampo” e que as autoridades locais e regionais de saúde Pública e a Diretora-Geral da Saúde foram informadas.

Vacinar é prevenir

A Direção-Geral da Saúde recomendou aos portugueses que se vacinem contra o sarampo, lembrando que é a “melhor forma” de evitar esta doença contagiosa, que pode ser grave e até mortal.

Segundo o esquema vacinal recomendado no Programa Nacional de Vacinação, a primeira dose de vacina VASPR (sarampo, papeira e rubéola) deve ser tomada aos 12 meses de idade e a segunda aos cinco anos.

A vacina também é recomendada para os adultos nascidos em 1970 ou depois, que nunca tiveram a doença nem foram vacinados contra o sarampo.

Também em fevereiro, o Centro Europeu de Controlo de Doenças deu conta de 14 mil casos de sarampo em 30 países europeus no ano passado, triplicando o número de casos da doença em 2016.

Em 2017, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, tendo provocado a morte a 50 pessoas desde início de 2016 até hoje no espaço europeu. Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

// Lusa

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