O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá isentar o México e o Canadá do pagamento de impostos sobre as importações de alumínio e de aço, segundo disse hoje uma porta-voz da Casa Branca.
“Pensamos que o Presidente assinará alguma coisa até ao final da semana. Existem possíveis isenções para o México, para o Canadá e, talvez, para outros países”, disse a porta-voz Sarah Sanders, citada pela agência AFP.
Trump anunciou na semana passada a sua intenção de impor uma tarifa geral de 10% a todas as importações de alumínio e outro de 25% às de aço.
A medida, avançou na altura a Casa Branca, seria generalizada, sem exceções para nenhum país.
Ontem soube-se que a Comissão Europeia já teria uma lista dos produtos norte-americanos sobre os quais pode vir a aplicar taxas, com o objetivo de criar constrangimentos políticos a Donald Trump, caso se confirme a intenção norte-americana de penalizar as suas importações de aço e alumínio.
O plano apresentado a membros dos diversos governos da UE passa por aplicar uma taxa de 25% (a mesma que os EUA querem aplicar no aço) a uma série de produtos que vão, para além dos metais, das roupas até aos alimentos, passando por cosméticos e motas.
No total estarão em causa importações que valem, no decorrer de um ano, cerca de 2800 milhões de euros (ou 3500 milhões de dólares), sendo que a aposta da Comissão passa por tentar atingir os EUA em alguns produtos simbólicos que podem criar constrangimentos de ordem política a Donald Trump.
De acordo com a lista que foi mostrada aos representantes dos governos, nas roupas destacam-se as t-shirts, o calçado e as calças de jeans. Entre os produtos alimentares e as bebidas estão o milho, o sumo de laranja e o bourbon. Nas máquinas, os alvos são motos e barcos.
Segundo Christine Lagarde, diretora do FMI, uma possível retaliação da China ou da União Europeia poderia abrir uma “guerra comercial que ninguém ganha“.
China promete “resposta adequada e necessária” a taxas alfandegárias dos EUA
Pequim prometeu adotar uma “resposta adequada e necessária“, caso os EUA subam os impostos sobre as importações de aço e alumínio, afirmou o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, apontando os perigos de uma guerra comercial.
“Num mundo globalizado, quem recorre a uma guerra comercial está a seguir a receita errada”, afirmou Wang Yi, em conferência de imprensa. “A História ensinou-nos que as guerras comerciais nunca são o caminho correto para a resolução de problemas”, acrescentou.
Face às reações do Canadá, União Europeia e China, Trump ameaçou os parceiros comerciais com “impostos recíprocos“, e garantiu que as guerras comerciais são “boas e fáceis de ganhar”.
A China é o maior produtor mundial de aço e alumínio, mas fornece menos de 2% do aço importado pelos EUA, pelo que aquelas taxas teriam um impacto reduzido na indústria chinesa.
No entanto, Washington tem lançado investigações antidumping – preço de comercialização abaixo do custo de produção – sobre vários produtos da China, desde máquinas de lavar roupa a painéis solares e contraplacado.
Em agosto passado, o governo de Trump lançou ainda uma investigação para averiguar se Pequim exige indevidamente que as empresas estrangeiras transfiram tecnologia, em troca de acesso ao mercado.
As duas maiores economias do mundo “têm responsabilidades para com os seus povos, mas também para com o resto do planeta”, afirmou Wang Yi.
O ministro chinês disse desejar que os dois países “se sentem na mesa de negociações para encontrar soluções mutuamente benéficas“.
Em janeiro, o superavit comercial da China com os Estados Unidos fixou-se em 22 mil milhões de dólares, mantendo-se praticamente inalterado face ao mesmo mês do ano anterior.
ZAP // Lusa
A UE deve atuar em paridade. Toda a importação dos States deve ser taxada de modo a compensar estas novas Trump-taxas. A China irá fazer isso.