A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vendeu os créditos que tinha sobre o Grupo Vale do Lobo por 222,9 milhões de euros a um fundo de investimento gerido pela ECS Capital, mas que é detido pelo banco.
A alienação dos créditos sobre o Grupo Vale do Lobo foi feita a 22 de Dezembro de 2017 por 222,9 milhões de euros, a um “fundo de investimento da ECS Capital vocacionado para intervir em projectos no sector imobiliário e turístico”, confirmou fonte da CGD à agência Lusa.
Estes créditos estavam avaliados em 300 milhões de euros, de acordo com dados avançados pelo Expresso em Outubro de 2017. Assim, a Caixa optou pela alienação com um “desconto de um terço”, avança o Jornal de Negócios.
Este diário lembra que os créditos sobre Vale do Lobo eram dos “mais problemáticos” do Banco estatal e “um dos casos de polícia” em que a Caixa se viu envolvida.
O objectivo da CGD com este “arrumar” dos créditos num fundo onde tem participação visa fazer com que o activo seja “recuperado e rentabilizado”, nota fonte do banco à Lusa, lembrando, contudo, que a transacção “está sujeita à aprovação das autoridades competentes”.
A CGD entrou no grupo Vale do Lobo em 2006, como accionista e financiadora, tendo concedido um crédito de mais de 200 milhões de euros.
O antigo administrador do banco público, Armando Vara, considerou que a recuperação do sector imobiliário iria permitir ao banco recuperar a totalidade do dinheiro que emprestou ao empreendimento turístico no Algarve.
“Estou seguro que a CGD não perderá dinheiro com aquele activo. Os activos imobiliários, tal como desvalorizaram, agora estão a valorizar. O resort teve condições para pagar 100 milhões de euros enquanto as condições eram muito difíceis”, assinalou.
“Vai ser vendido no mínimo pelo valor que a CGD lá colocou, mas atrevo-me a pensar que vai ser vendido acima desse valor”, lançou também o responsável, durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao banco estatal.
Armando Vara é arguido na Operação Marquês por suspeitas relacionadas com a concessão deste crédito da CGD ao empreendimento turístico algarvio.
ZAP // Lusa