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Cientistas descobrem planta na Antártida que pode servir como filtro solar

(dr) uestatales.cl

Gustavo Zúñiga, decano da Facultade de Química e Biologia da Universidade de Santiago

Gustavo Zúñiga, decano da Facultade de Química e Biologia da Universidade de Santiago

Um grupo de cientistas da Universidade de Santiago, no Chile, descobriu que uma espécie de planta na Antártida possui moléculas que actuam como filtro solar, que poderia ser utilizado para proteger a pele de seres humanos.

Em entrevista à Agência EFE, o pesquisador Gustavo Zúñiga, da Faculdade de Química e Biologia da Universidade de Santiago, explicou que foi possível demonstrar que a espécie de planta descoberta tem “a capacidade de proteger macromoléculas como o DNA, que é parte fundamental da célula, do dano que a radiação ultravioleta provoca”.

Segundo Zúñiga, a descoberta permitirá utilizar a planta para desenvolver protetores solares com moléculas que são naturais, muito eficientes e com mais vantagens se comparadas com os filtros que usam compostos químicos. “Alguns filtros usam substâncias químicas sintéticas que têm alguns efeitos negativos para o consumidor”, destacou.

A Colobanthus quitensis apresenta um mecanismo de filtro solar natural, que desenvolve como forma de defesa para resistir ao ambiente extremo em que vive na Antártida.

Liam Quinn / WIkimedia

Colobanthus quitensis, ou Sagina da Antártida

Colobanthus quitensis, ou Sagina da Antártida

Ao contrário de outros locais do planeta, onde os organismos estão expostos de forma mais constante à radiação ultravioleta, na Antártida a radiação concentra-se, aumentando na primavera e no verão – altura em que as plantas passam de totalmente protegidas pela neve para completamente expostas.

Os raios ultravioletas são prejudiciais a nível celular e através destas moléculas a planta evita ser afectada, até com altos níveis de radiação ultravioleta, particularmente na primavera-verão”, indicou Zúñiga.

Os científicos tinham instalado há quatro anos um laboratório na Universidade de Santiago que tentava recriar as condições climáticas da Antártida, onde, “por acaso”, as temperaturas eram mais altas do que as da Antártida. Mas, admitiu Zúñiga, isso permitiu descobrir que as plantas cresciam mais rapidamente.

O crescimento da planta permite fazer uma produção em escala e cultivá-la de forma contínua, ao contrário do que acontece na forma tradicional, em que é preciso esperar um certo período do ano para colher o material.

Desta forma, o cientista espera poder criar, num futuro não muito distante, um protótipo do protector solar que possa ser utilizado por empresas para comercializar a descoberta.

// EFE

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