A construtora vai entregar esta terça-feira um pedido de Processo Especial de Revitalização no Tribunal do Comércio de Gaia, esperando que sejam desbloqueados os meios para regularizar a totalidade dos salários em atraso nas próximas duas semanas.
“Vamos avançar com um Processo Especial de Revitalização ao abrigo do Código de Insolvências e de Recuperação de Empresas”, anunciou o presidente executivo da Soares da Costa, Joaquim Fitas.
O CEO da construtora justificou a decisão com as dificuldades que a empresa está a sofrer, devido “quer à crise no setor, quer à situação económica não muito fácil dos principais países onde a empresa tem a sua atividade: Angola, Moçambique e Portugal“.
“Entendemos que este é o caminho que melhor acautela os interesses dos trabalhadores, dos acionistas, dos clientes e dos fornecedores e por isso, em profunda articulação com os principais credores, daremos entrada durante o dia de hoje de um pedido de PER [Plano Especial de Revitalização] no Tribunal do Comércio de Gaia”, afirmou Joaquim Fitas.
Para o presidente executivo da Soares da Costa, com este plano “criam-se condições para que sejam desbloqueados os meios financeiros para que a situação dos trabalhadores, dos salários em atraso, seja regularizada”.
“O objetivo é que nos próximos dias os trabalhadores recebam praticamente a totalidade dos salários que se encontram em atraso. Nós esperamos que entre esta semana e a próxima, o mais tardar, essa situação fique completamente regularizada”, sublinhou.
Depois de entregue o pedido, explicou Joaquim Fitas, o juiz a quem for distribuído o processo fará a apreciação do requerimento e dará consequência ao mesmo.
Depois, aprovado o pedido, será nomeado um administrador judicial provisório que fará o acompanhamento da questão relacionada com a identificação dos credores, e correspondência dos direitos de voto na assembleia dos credores onde será aprovado o PER.
A construtora tem em atraso o pagamento de cinco meses de salários à maior parte dos funcionários em Portugal, enquanto os que estão em Angola não recebem há oito meses.
As dificuldades atravessadas pela Soares da Costa levaram ao anúncio, em dezembro de 2015, de um despedimento coletivo de 500 trabalhadores, entre os quais os cerca de 300 funcionários que se encontram em regime de inatividade.
Trabalhadores “nada otimistas”
As estruturas sindicais representativas dos trabalhadores da Soares da Costa afirmaram-se hoje “nada otimistas” com a decisão da construtora de avançar com um Processo Especial de Revitalização (PER), salientando que se “contam pelos dedos” os casos de sucesso.
“Não estou nada otimista. Pela experiência que tenho nos últimos anos em relação aos PER, a maioria das empresas não teve grande sucesso, contam-se pelos dedos as que foram recuperadas. Aliás, foi tomada recentemente uma medida na Assembleia da República para que se faça uma avaliação deste processo”, afirmou Luís Pinto, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras do Norte (Site-Norte), em declarações à agência Lusa.
Ressalvando não ter ainda “conhecimento oficial” da decisão de recurso ao PER hoje anunciada pelo presidente executivo da Soares da Costa, o representante da Comissão de Trabalhadores (CT) da Soares da Costa, José Martins, remeteu uma posição para mais tarde.
Contudo, fez notar que o recurso ao PER “tem uma série de implicações, nomeadamente reajustamentos, reestruturações e perdões de dívida”, que terão que ser discutidos com os trabalhadores.
“Ainda não tenho a informação completa. Temos que falar com os trabalhadores”, acrescentando: “Mas o recurso ao PER não é um bom prenúncio“.
Contactado pela Lusa, o presidente do Sindicato da Construção, Albano Ribeiro, considerou que os PER revelaram não ser “a solução para 80% das empresas” que a eles recorreram.
“O PER é quase ligar as empresas a uma máquina de cuidados intensivos, 80% acaba mal“, sustentou, apontando o caso da Britalar como exemplo disso na área da construção.
Refutando que um processo de revitalização seja a solução para desbloquear o pagamento dos vários meses de salários em atraso aos trabalhadores da Soares da Costa, Albano Ribeiro reafirmou que a construtora “tem dinheiro para pagar os salários todos aos trabalhadores, quer em Angola e em Portugal, sem recorrer ao PER”.
“O sindicato sabe que a empresa tem mais de sete milhões de euros no Deutsche Bank em Portugal”, assegurou, defendendo que “o futuro da Soares da Costa passa por mais obras, com os salários regularizados”.
ZAP / Lusa
Quando o estado investe o nosso dinheiro em empresas ou bancos cujo rumo segue fora de controlo, após uma cuidada analise, deve este ficar com uma participação temporária sobre ela, e apenas entregar o dinheiro directamente aos credores e funcionários, paralelamente deve efectuar uma analise à gestão seguida até ali, para apurar eventuais responsabilidades, o obrigar ao recercimento de eventuais prémios, auferidos idevidamente pelas administrações. E para não existir possibilidade de perda, tornar essa empresa fornecedora do estado a preço reduzido até que o investimento seja recuperado, caso aínda assim a empresa não tenha condições para se manter, então alguém deve passar pela cadeia e por aí permanecer até que o ultimo centimo tenha sido liquidado.
Entretanto é necessário e urgente criar um mecanismo de alerta conforme existe na Alemanha que evita o surgimento destes casos aquando do inicio dos atrazos de pagamento entre empresas ou funcionários, pois se fôr para falir ou recuperar, não interessa deixar os prejuizos aumentar dessas entidades atingirem valores colossais, pois na maioria dos casos quando o estado intervêm já nem os ossos se aproveitam e a fatura sobra para nós contribuintes.
O CEO da construtora justificou a decisão com as dificuldades que a empresa está a sofrer.
Gostava de saber que carro ou tipo de casa e bens tem este Senhor, CEO? de que ?
e porque CEO se a empresa esta assim querem ver que a culpa é dos empregados que trabalham no duro?
CEO só se for da treta pois um CEO a séria nunca deixa a empresa chegar a este ponto, intitulam-se hoje em dia CEO e de certeza nem sabe ou conhece no terreno o tipo de trabalho que a própria empresa realiza, são os CEO do canudo que lhes fazia falta trabalhar primeiro uns anos no duro no próprio ramo para depois então saberem por vezes de que essência é feita a empresa