Paulo Portas é o novo conselheiro da petrolífera mexicana Pemex

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Manuel de Almeida / Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas

O ex-vice-primeiro-ministro assumiu em julho passado o cargo de consultor numa filial espanhola da petrolífera mexicana Pemex.

Segundo o Jornal de Negócios, Paulo Portas vai exercer as funções de administrador não executivo numa filial com sede em Espanha da petrolífera mexicana Pemex.

O ex-líder do CDS terá assumido o cargo no início de julho na Mex Gas International, holding internacional ligada ao gás natural, para substituir o ex-ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros que ocupava o lugar.

Vuk Jeremic foi substituído no posto de conselheiro independente, uma vez que está nesta altura a concorrer à liderança da ONU, sendo um dos rivais do socialista António Guterres.

A notícia da entrada de Portas na empresa foi inicialmente avançada pelo El Diario, que recorda que a filial espanhola tem sede em Madrid e foi criada em junho de 2014.

De acordo com o jornal espanhol, isso aconteceu quando a Pemex saiu do capital da Repsol e transferiu para Espanha duas holdings que, até essa altura, estavam no paraíso fiscal das Ilhas Caimão.

Nessa mesma época, durante a visita do presidente mexicano Enrique Peña Nieto a Lisboa, a Pemex assinou um memorando de entendimento com a Galp “relacionada com a troca de informação e/ou desenvolvimento de projetos”, afirmou a petrolífera mexicana, citada pelo diário.

O conteúdo desse acordo foi considerado “confidencial” e não será tornado público até outubro de 2026.

Durante o mandato como vice-primeiro-ministro, Portas fez duas visitas oficiais ao México, em 2013 e 2014.

Recorde-se que o ex-governante anunciou que ia abandonar a liderança do CDS em dezembro, tendo sido substituído pela ex-ministra Assunção Cristas.

Poucos dias depois da despedida emocionada como deputado na Assembleia da República, foi anunciada a sua contratação como consultor da Mota-Engil.

ZAP

1 Comment

  1. É espantosa a quantidade de cargos que estes indivíduos arranjam quando saem dos governos.
    A opinião que eu tinha deste indivíduo, desde o triste episódio que protagonizou ” da demissão irrevogável ” onde revelou uma falta de carácter e de seriedade moral, aliada a uma postura oportunista e cinica ( quando andava pelas feiras armado em defensor dos agricultores ), fizeram-me sempre achar esta pessoa pouco nada confiável.
    Para mim é compreensível que, saindo da política, estas pessoas tenham que trabalhar para se sustentar, o que não é compreensível é que arranjem 6, 7,8,9 empresas onde desempenhem cargos, ainda por cima, de topo. Cheira-me sempre a “recompensa” por servirem certos interesses dessas empresas. É dum oportunismo absolutamente nojento e é estranho e obscuro.

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