Se se sente esgotado ou desvalorizado pelo seu chefe, poderá sentir que 2025 é o ano de mudança e novas oportunidades. Assim preveem os psicólogos. Se estiver do outro lado — e for o chefe — há formas de se precaver.
A plataforma Businessolver realizou um inquérito a 20 mil trabalhadores, profissionais de RH e diretores executivos, em seis setores diferentes de atividade para lhes perguntar sobre o estado da empatia no seu local de trabalho.
O relatório concluiu que 42% de todos os inquiridos e 52% dos CEOs admitem trabalhar num ambiente tóxico.
Edel Holliday-Quinn, psicóloga empresarial, diz ao Business Insider que alguns trabalhadores se sentem esgotados e subvalorizados nos seus empregos, em parte devido ao aumento das elevadas cargas de trabalho.
“O mercado de trabalho está a começar a descontrair-se e, para aqueles que têm estado a ferver em frustração, este pode ser o ano em que finalmente se demitem, não apenas silenciosamente, mas em voz alta“, explica.
A psicóloga conta ainda que a “demissão por vingança” ocorre, assim, quando os funcionários não se demitem apenas para mudarem de emprego por forma a progredir na carreira, “mas para marcar uma posição“.
“Se os gestores de RH não agirem agora, corremos o risco de muitos destes trabalhadores decidirem que as oportunidades oferecidas pelo seu atual empregador não são para eles”, considera também Ciara Harrington, diretora de RH da plataforma de formação empresarial Skillsoft.
Beth Hood, fundadora e CEO da Verosa (uma plataforma de formação em liderança e gestão de pessoas), garante que a insatisfação das pessoas com os seus patrões ou ambiente de trabalho no geral “raramente resulta de um único evento“.
“Muitas vezes, trata-se de uma erosão gradual de motivadores intrínsecos, como a ligação, o significado ou a segurança”, diz. “Quando essas motivações não são satisfeitas, o ressentimento e o distanciamento podem aumentar, acabando por levar os trabalhadores a afastarem-se, muitas vezes por frustração ou como forma de recuperar o controlo.
“A insatisfação tem vindo a crescer silenciosamente”, explica referindo-se aos despedimentos em massa. “Este desfasamento entre a direção e os trabalhadores não é apenas um problema de comunicação. É uma crise de retenção que está a surgir”, explica Holliday-Quinn.
E há formas de os chefes se prepararem para este fenómeno — garantindo melhores condições de trabalho aos funcionários.
“A maioria dos membros da equipa desiste do seu chefe, não da sua empresa“, diz Harrington. E por isso “investir nos líderes é investir na empresa como um todo”.
“Se eles estiverem a fazer o seu trabalho, estarão a trabalhar no envolvimento, retenção e motivação dos membros da equipa”, justifica.
Se um funcionário tiver sido tratado com empatia e se sentir ouvido na sua função atual, é mais provável que ajude na transição ou até que fique mais tempo, argumenta ainda Harrington.
“O ano de 2025 está a preparar-se para ser um alerta para os empregadores“, antecipa Holliday-Quinn. “Aqueles que confiaram em controlar a ligação ou ignoraram a crescente insatisfação das suas equipas estão prestes a enfrentar as consequências.”