Daqui a uma hora será dia 1 de janeiro e a tradição manda: quando baterem as 12 badaladas, todos vamos celebrar a chegada de um novo ano. Mas afinal, por que é que este dia foi o escolhido para assinalar a transição no calendário?
A tradição de celebrar o dia de Ano Novo a 1 de janeiro é o resultado de uma longa história de evolução do calendário, influenciada por várias culturas e civilizações.
Originalmente, em 2000 a.C., as primeiras celebrações registadas do Ano Novo ocorreram na Mesopotâmia por volta de março, coincidindo com o equinócio da primavera. Este festival antigo, conhecido como akitu, envolvia a coroação de um novo rei ou a reafirmação de lealdade ao rei atual.
Diferentes civilizações tinham as suas próprias formas de assinalar o novo ano. Alinhavam-no muitas vezes com eventos astronómicos, religiosos ou agrícolas significativos.
Por exemplo, na antiga China, o ano novo começava com a segunda lua nova após o solstício de inverno, geralmente no final de janeiro ou em fevereiro; no antigo Egito, a aparição de Sirius, a estrela mais brilhante, por volta de meados de julho, sinalizava o novo ano, alinhando-se com as cheias do Nilo.
O calendário islâmico — que varia a cada ano em comparação com o calendário solar gregoriano —, estabelecido em 638 d.C., começa o seu ano com o aparecimento da lua crescente em 1 Muharram, comemorando a migração de Maomé de Meca para Medina.
Na antiga Roma, o ano inicialmente começava em março, mas com o tempo, foram feitas alterações, como a introdução de janeiro e fevereiro. O calendário romano era principalmente baseado na Lua, mas muitas vezes exigia ajustes para se alinhar com o ciclo lunar.
Júlio César, em 46 a.C., reformou o calendário romano com a ajuda de astrónomos, introduzindo o calendário juliano, que começava o ano a 1 de janeiro e incluía anos bissextos. No entanto, este calendário sobrestimava a duração do ano solar, o que levava a um desvio gradual do ano solar real.
Foi o calendário gregoriano, introduzido pelo Papa Gregório XIII nos anos 1570, que corrigiu as discrepâncias do calendário juliano ao refinar o sistema de anos bissextos e estabeleceu firmemente 1 de janeiro como o início do novo ano.
Embora inicialmente mal encarado por alguns países, incluindo a Grã-Bretanha e suas colónias americanas, o calendário gregoriano acabou por se tornar o padrão amplamente aceite devido à sua precisão.
Hoje, a maioria da população mundial, influenciada pelos desenvolvimentos históricos desde a Mesopotâmia até Roma e a Igreja Católica, celebra o Dia de Ano Novo em 1 de janeiro.
Embora algumas culturas e países ainda sigam calendários lunares ou outros calendários tradicionais para eventos culturais, o calendário gregoriano serve como o padrão internacional para fins civis e empresariais. E é por isso que o ZAP lhe deseja boas entradas e um feliz 2024!