São cientistas e são portugueses. Foram eles que detetaram um fungo que vive nos oceanos e destrói plástico. A descoberta pode ser promissora no combate à poluição, avança a Universidade de Aveiro.
O fungo dá-se pelo nome de “Zaleiron maritimium” e, não sabendo exatamente onde, sabe-se para já que habita nas costas portuguesas e espanhola, assim como ao largo da Austrália e da Malásia.
Segundo a Renascença, a equipa de investigadores da Universidade de Aveiro conseguiu simular, em ambiente de laboratório, o fundo do mar poluído com sacos de compras. Os resultados foram impressionantes: à medida que a quantidade de plástico diminuía, os fungos aumentavam, “tomando conta” da poluição marítima.
Ao fim de sete dias, cerca de 70% do plástico estava degradado, graças ao fungo que é descrito como “de aparência esponjosa e cor esbranquiçada”. Teresa Rocha Santos, do Departamento de Química e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, disse ainda que o fungo “é muito pequenino, e só vai procurar os plásticos como fonte de alimento se não tiver outras”.
Quer isso dizer que, se o fungo encontrar no seu habitat natural outras fontes de alimento, não vai procurar plástico. No entanto, segundo a investigadora, nada pode garantir que o fungo não continue a degradar o plástico, mesmo tendo disponíveis outras fontes, mas em pequenas quantidades.
Os resultados da investigação foram publicados na “Science of the Total Environment“, e podem ser promissores. O objetivo futuro é destruir o plástico em pequenas estações de tratamento localizadas junto da costa e a de estuários. Aí, o “Zalerion” seria cultivado em grandes dimensões e de forma controlada.
Depois da experiência em ambiente controlado de laboratório, a equipa vai agora embarcar numa experiência piloto, simulando uma estação de tratamentos de plástico. “Estamos a simular, em testes em aquário, o ambiente de uma estação de tratamento. Só temos água do mar sem nutrientes adicionais, fungo e plásticos”, adiantou a investigadora.
São esperados resultados destes testes em setembro deste ano, no entanto falta aprofundar ainda outros estudos. Nomeadamente o da eventual toxicidade das águas, devido à decomposição dos plásticos, apesar de, na experiência inicial, a equipa não ter detetado vestígios de compostos tóxicos na água.
O trabalho coordenado pela Universidade de Aveiro tem a colaboração da Universidade do Porto e da Universidade Católica Portuguesa.
Só tem que ficar esperto de primeiro saber e estudar o que tal fungo pode trazer de dano a natureza se espalhado de qualquer forma.
Tudo o que o homem toca na natureza, ele consegue destruir.