Varoufakis diz que programa de resgate grego não vai funcionar

Julien Warnand / EPA

Yanis Varoufakis durante uma reunião do Eurogrupo

Yanis Varoufakis durante uma reunião do Eurogrupo

O antigo ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis considera que o programa que sustenta o terceiro resgate financeiro não vai funcionar, apesar de o primeiro-ministro grego se mostrar “confiante” na aplicação do programa.

“Pergunte a qualquer pessoa que saiba qualquer coisa sobre as finanças gregas e vão dizer-lhe que este programa não vai funcionar“, disse o antigo ministro em entrevista à BBC, mostrando-se implicitamente crítico do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que disse estar confiante na aplicação do acordo que visa terminar com a incerteza económica no país.

“O ministro das Finanças grego diz mais ou menos a mesma coisa”, acrescentou o ex-governante, que saiu há semanas do Ministério das Finanças da Grécia, na sequência da aprovação do início das negociações, depois de um referendo ter rejeitado os termos apresentados pelos credores.

Varoufakis disse à BBC que o ministro das Finanças da Alemanha “vai ter de ir ao parlamento e confessar, na prática, que este programa não vai funcionar”, e acrescentou que “o Fundo Monetário Internacional está a desesperar de forma coletiva com um programa que simplesmente está ancorado numa dívida insustentável… e no entanto este é um programa que toda a gente está a trabalhar para aplicar”.

Os ministros das Finanças da zona euro, o Eurogrupo, reúnem-se na sexta-feira em Bruxelas para analisar o terceiro resgate à Grécia, depois de Atenas e as instituições credoras terem alcançado um acordo técnico.

“Eurogrupo extraordinário na sexta-feira, 14 de agosto, às 15h (14h em Lisboa) sobre a Grécia” anunciou Michel Reijns, porta-voz do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, numa mensagem no Twitter.

Atenas e os credores internacionais alcançaram na terça-feira de madrugada um acordo sobre um terceiro programa de assistência financeira ao país “de cerca de 85 mil milhões de euros“, anunciou o governo grego.

/Lusa

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