Há uma nova teoria estelar para explicar a origem do fósforo

(dr) NAOJ

Uma equipa de astrónomos propôs, recentemente, uma nova teoria para explicar a origem do fósforo, um dos elementos cruciais para a vida na Terra.

Logo após o Big Bang, quase toda a matéria do Universo era composta por hidrogénio, apesar de terem sido formados, um pouco mais tarde, outros elementos através de reações nucleares no interior das estrelas ou quando estas explodiram em eventos conhecidos como novae ou supernovas.

No entanto, como há uma grande variedade de estrelas e diferentes formas de explodirem, os astrónomos ainda estão a tentar descobrir que processos foram importantes para criar os inúmeros elementos que o nosso Universo abarca.

No mais recente estudo, Kenji Bekki, da Universidade da Austrália Ocidental, e Takuji Tsujimoto, do Observatório Astronómico Nacional do Japão, propuseram um novo modelo baseado em oxigénio-neon novae, designado por “ONe novae“, para explicar a abundância de fósforo.

Segundo o Phys, uma ONe novae ocorre quando a matéria se acumula na superfície de uma estrela anã branca rica em oxigénio-neon-magnésio e é aquecida ao ponto de provocar uma fusão nuclear explosiva e descontrolada.

O novo modelo, descrito num artigo científico publicado no The Astrophysical Journal Letters, prevê que uma ONe novae liberta uma grande quantidade de fósforo e que o número de ONe novaes dependerá da composição química, especificamente do teor de ferro, das estrelas.

Dado que, segundo as estimativas da equipa, a taxa de ONe novae atingiu o seu pico há cerca de 8 mil milhões de anos, tal significa que o fósforo estaria prontamente disponível quando o Sistema Solar começou a formar-se há cerca de 4,6 mil milhões de anos.

O modelo recente sugere ainda que as ONe novae produzirão um aumento de cloro muito semelhante ao aumento de fósforo. Como ainda não existem dados observacionais suficientes para confirmar este facto, trata-se de uma hipótese testável que servirá também para verificar a validade do modelo.

Futuras observações de estrelas na parte exterior da Via Láctea vão fornecer os dados necessários para verificar se a dependência do ferro e o aumento do cloro previstos correspondem à realidade.

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