NASA revela vídeo do rescaldo de duas décadas da explosão da fantástica Eta Carinae, na segunda posição mais brilhante do céu. Um evento tão colossal que palavras não descrevem a sua magnitude.
Montado a partir de observações feitas pelo Observatório de Raios-X Chandra, o timelapse da explosão da Eta Carinae foi publicado esta terça-feira e mostra 21 anos do acontecimento monumental, em apenas 17 segundos.
A curiosa estrela saltou, durante o século XIX, para a segunda posição na lista de brilho estelar, atrás da Sirius. Localizada no extremo sul e coberta por um manto de poeira durante toda a sua Grande Erupção, os astrónomos lutam há décadas por uma oportunidade de a estudar com telescópios óticos tradicionais, segundo o IFL Science.
Só recentemente, com avanços tecnológicos como telescópios superiores, é que puderam efetuar essa pesquisa mais profunda. As observações de raios-X do Chandra, embora incapazes de distinguir as duas estrelas, revelaram um anel distorcido de emissões de raios-X, o que dá aos cientistas informações valiosas sobre a sua dinâmica.
Composta por duas estrelas massivas — a menor pesa entre 30 e 80 vezes a massa do Sol e a maior entre 90 e 100 massas solares —, Eta Carinae é uma das entidades estelares mais pesadas na nossa galáxia.
Viaja a sete milhões de quilómetros por hora, o material expelido durante a Grande Erupção — uma velocidade que poderia cobrir a distância do Sol à Terra em menos de um dia.
A Nebulosa Homúnculo, uma concha secundária de raio-X, também foi descoberta nas observações mais recentes publicadas no The Astrophysical Journal — é três vezes maior do que a estrutura previamente conhecida.
“Interpretamos esta fraca concha de raios-X como a onda de choque da Grande Erupção nos anos 1840,” afirmou Michael Corcoran, da NASA.
A forma da Homúnculo e o anel interno brilhante partilham uma origem comum no sistema estelar de Eta Carinae, acreditam os astrofísicos. Especulam que um grande evento antecedeu esta Grande Erupção, entre 800 e 220 anos atrás, que terá criado ondas de choque que libertam raios-X visíveis ao Chandra.
Um mistério persistente é a inevitável transformação da Eta Carinae numa hipernova, um evento que o futuro reserva e que resultará num brilho comparável ao da lua cheia. No entanto, o cronograma para esta transformação permanece incerto.