Governante destacou que o país conseguiu, “na maior crise do século”, o valor mais alto da população empregada desde que há registo.
Portugal continua a registar descidas no valor de população desempregada, com os números mais recentes a apontarem para uma taxa de 6,3%. Em novembro, 4.852,800 pessoas estavam empregadas, mais 13 mil do que no mês anterior — uma subida na ordem dos 0,3%. Segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, regista-se uma tendência de diminuição em cadeia, ou seja, que teve origem em meses anteriores.
De facto, os números — ainda que provisórios — apontam para um decréscimo do desemprego de 0,1% face a outubro. “Estima-se que a população ativa tenha aumentado, em relação ao mês anterior, em 10,4 mil pessoas (0,2%) e que a população inativa tenha diminuído 7,500 (0,3%)”, descreve o organismo.
O INE justifica ainda o aumento da população ativa com o “acréscimo da população empregada de 13 mil (0,3%) ter superado a redução da população desempregada de 2,7 mil (0,8%)”. No que concerne à diminuição da população inativa, o organismo atribui-a à “diminuição do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego (9 mil, o que corresponde a 6,5%) e do número de outros inativos, os que nem estão disponíveis, nem procuram emprego (7,5 mil; 0,3%)”.
De acordo com o Expresso, que também cita o INE, em termos absolutos, em novembro estavam desempregadas 326,9 pessoas, o que constitui um decréscimo de 11,1% face ao anterior mês de novembro (de 2020). Os números do INE apontam ainda que a população empregada em Portugal, no mesmo período, era constituída por 4.852.800 pessoas — uma subida 3,1% face ao mesmo período homólogo.
Perante estes números, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e da Segurança Social, considera que o país deve estar “orgulhoso” por ter atingido, “na maior crise do século”, o valor mais alto da população empregada desde que há registo.
“Temos de estar todos orgulhosos do ponto de vista coletivo porque conseguimos, em plena pandemia, numa crise sanitária sem igual, na maior crise do século, ter o valor mais alto de população empregada desde que há registos no INE”, considerou a ministra. Segundo Ana Mendes Godinho, “isto resulta, por um lado, da grande capacidade que houve de resposta coletiva de manter emprego, mas também de criar novo emprego”.
Há atualmente mais de 700 mil pessoas inscritas na Segurança Social face a 2015, totalizando cerca de 4,1 milhões, o que revela “a capacidade de recuperação da economia e da criação de emprego”, reforçou a governante.“A redução da taxa de desemprego reflete também os apoios às empresas para manter emprego, mas também a criação de mecanismos de resposta ao desemprego, com apoios concretos para a contratação de desempregados”, indicou Ana Mendes Godinho.
A governante salientou que a taxa de desemprego em novembro “é a taxa de desemprego mais baixa desde 2001” registada neste mesmo mês ao longo dos anos. Já comparando com 2015, no final da crise anterior, a taxa de desemprego “representa metade”, uma vez que em novembro de 2015 era de 12,6%, destacou. De acordo com a ministra, as medidas de apoio ao emprego extraordinárias criadas para responder à pandemia abrangeram “um milhão de trabalhadores”.