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Suplemento com arroz vermelho: fabricante não consegue identificar o problema

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JIJI PRESS / EPA

O presidente Akihiro Kobayashi e executivos da Kobayashi Pharmaceutical pedem desculpa durante conferência de imprensa em Osaka, Japão

A farmacêutica japonesa fabricante do suplemento alimentar associado a cinco mortes e mais de 100 hospitalizações no Japão disse hoje desconhecer a causa exata dos problemas de saúde alegadamente provocados pelo consumo do produto, também vendido noutros países asiáticos.

A Kobayashi Pharmaceutical anunciou hoje uma nova morte por doença renal numa pessoa que consumiu os comprimidos com levedura de arroz vermelho, vendidos como suplemento para baixar o colesterol, elevando para 5 o número total de mortes registadas até agora.

Mais de 110 pessoas foram hospitalizadas em ligação com o consumo destes suplementos, que contêm uma levedura de arroz vermelho, embora o estado dos pacientes seja desconhecido e não haja informações públicas sobre outros consumidores que sofreram problemas de saúde.

Várias centenas de outras procuraram assistência médica por possíveis problemas relacionados com a sua utilização.

Os responsáveis da empresa, com sede em Osaka, no Oeste do Japão, fizeram hoje a sua primeira aparição pública desde que surgiram nos últimos dias relatos de mortes e hospitalizações por disfunção renal e outros problemas de saúde em pessoas que tomaram o suplemento dietético.

A Kobayashi Pharmaceutical decidiu recolher voluntariamente cinco produtos, incluindo 300 mil embalagens de comprimidos vendidos como suplemento para baixar o colesterol, dos quais a empresa tinha vendido 1,06 milhões de embalagens até ao mês passado, desde que o produto foi lançado em 2021.

A relação entre os produtos e os problemas de saúde foi estabelecida por profissionais médicos que, em janeiro e fevereiro deste ano, começaram a comunicar à Kobayashi casos de doentes que tinham tomado os suplementos.

A empresa começou então a testar se os produtos tinham sido contaminados por alguma substância nociva durante o processo de produção do suplemento, mas até agora não conseguiu identificar qualquer agente estranho, disse hoje o presidente, Akihiro Kobayashi.

“A partir de agora, solicitamos a assistência total do Governo e do Ministério da Saúde para investigar as causas“, disse o diretor executivo da empresa, Atsushi Watanabe, que também admitiu que a empresa “deveria ter feito isso mais cedo”.

O ministro da Saúde japonês, Keizo Takemi, afirmou que foi criado um grupo de trabalho interministerial com o fabricante de medicamentos para clarificar a situação, após uma reunião do Conselho de Ministros ocorrida hoje.

Foi igualmente criado um centro de atendimento telefónico para os consumidores e as empresas que adquiriram os produtos.

As autoridades japonesas confirmaram a recolha de cerca de 4.350 embalagens de três produtos comercializados pela Kobayashi, menos de 1% das mais de um milhão vendidas desde o seu lançamento em 2021 até à data.

A farmacêutica distribuiu levedura vermelha de arroz a 52 outras empresas nacionais e estrangeiras, às quais solicitou que retirassem os seus produtos, e que podem ter revendido os produtos a outras 173 empresas.

O fabricante de medicamentos disse hoje que os produtos afetados estavam à venda também em Taiwan, através de uma empresa intermediária, e na China, através de plataformas de comércio eletrónico.

Watanabe disse que a empresa enviou funcionários a Taiwan para ajudar o seu distribuidor a recolher o produto e não pôde confirmar se as vendas online dos suplementos na China foram canceladas.

Também o produtor japonês de molho de soja Fujiyoshi Soy Sauce anunciou a recolha de dois dos seus produtos, Genki Miso e Miso Kabosu Dressing, cujos ingredientes incluem levedura de arroz vermelho da Kobayashi, embora não tenha confirmado quaisquer incidentes de saúde relacionados com o consumo.

A levedura de arroz vermelho é um alimento que tem um ingrediente ativo potencialmente eficaz na redução dos níveis de colesterol (monacolina K), mas que também pode conter um tipo de toxina que causa insuficiência renal e que, segundo Kobayashi, não foi encontrada nos produtos recolhidos até agora.

ZAP // Lusa

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