Esta quinta e sexta-feira, os mestres da Soflusa fazem greve parcial de três horas por turno e greve às horas extraordinárias pela contratação de novos profissionais.
Os mestres da Soflusa, empresa responsável pelas ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa, iniciam esta quinta-feira uma greve parcial, de três horas por turno, pela contratação de novos profissionais, que se prolonga até sexta-feira e implicará perturbações no serviço.
Os mestres da empresa começam também hoje uma greve às horas extraordinárias, que se deve prolongar até final do ano, devido à “falta de profissionais”.
Na sua página na internet, a Soflusa informou que, nestes dois dias, o transporte a partir do Barreiro apenas será assegurado entre as 00h05 e a 01h30, às 05h05, entre as 09h30 e as 17h45 e das 22h00 às 23h30.
Em 10 de maio, as ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa começaram a ser suprimidas pela falta de mestres, o que levou a empresa a anunciar, quatro dias depois, não conseguir prever quando iria repor o serviço.
Na quarta-feira, o município do Barreiro anunciou o aumento das ligações rodoviárias dos transportes públicos à estação ferroviária devido à greve.
“A Câmara Municipal do Barreiro vai reforçar os transportes públicos no concelho nesta quinta-feira e sexta-feira devido à redução de oferta de transporte fluvial anunciada pela Soflusa, através do aumento das ligações com a estação ferroviária de Coina”, refere a autarquia do distrito de Setúbal em comunicado, adiantando que “os Transportes Coletivos do Barreiro vão reforçar os seus serviços entre as 06h15 e as 09h00 e entre as 18h20 e as 20h50, através da introdução temporária de 25 novas carreiras”.
Negociações reabertas
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) anunciou que vão ser reabertas negociações na empresa Soflusa, referindo, contudo, que não foi decidida a suspensão da greve.
“Estivemos presentes numa reunião e foram assumidos compromissos para reabrir negociações em aspetos que têm causado contestação na empresa”, disse à Lusa José Manuel Oliveira, da Fectrans.
O sindicalista explicou que não ficou decidida na reunião a suspensão da greve desta quinta e sexta-feira, referindo que essa é uma decisão que cabe ao Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e Marinha Mercante, que marcou o protesto. A Lusa tentou contactar o Sindicato dos Fluviais, mas tal não foi possível.
Uma outra fonte sindical contactada pela Lusa referiu que está previsto que a greve se mantenha, uma vez que a reunião não deu respostas concretas aos problemas.
O Governo manifestou-se hoje expectante em relação à suspensão da greve dos mestres da Soflusa após ter chegado a um acordo com os sindicatos representativos dos trabalhadores.
“A expectativa é que, estando esgotadas as razões da greve, até ao fim do dia possamos ter uma notícia de suspensão da greve”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, em declarações à Lusa, depois de uma reunião de última hora com sindicatos dos trabalhadores da Soflusa, no Terminal Fluvial do Cais do Sodré, em Lisboa.
De acordo com o governante, a suspensão da greve não ficou já decidida, porque “compete aos trabalhadores”, ou seja, “é preciso consultar os mestres” da Soflusa.
No âmbito da reunião entre o secretário de Estado e os sindicatos dos trabalhadores, foram abordadas as matérias laborais transversais à empresa e as matérias que são objeto do pré-aviso de greve dos mestres da Soflusa, o que resultou num acordo em relação a três matérias, designadamente regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de pessoal.
Relativamente à contratação de pessoal, o governante deixou a promessa de “reforçar os recursos humanos na Soflusa, portanto na área marítima, de forma a contratar até seis novos recursos”, a que acrescem os quatro contratados recentemente e que deram origem a abertura de um concurso interno para quatro mestres para os navios que asseguram o transporte fluvial entre Barreiro e Lisboa.
ZAP // Lusa