Skiplagging: passageiros de avião espertos, empresas irritadas

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Ainda nesta semana um jovem foi detido num aeroporto, por ter aderido a este esquema de poupar dinheiro em viagens.

Um adolescente foi detido no aeroporto, quando ia realizar a sua primeira viagem de avião sozinho.

Aconteceu na segunda-feira passada, no Gainesville Regional Airport, Florida, Estados Unidos da América.

O jovem chama-se Logan Parsons e queria voltar para casa. Tinha um bilhete para voar de Gainesville até Nova Iorque.

Mas foi detido pela segurança do aeroporto do ponto de origem.

Porquê? Porque causou distúrbios antes da partida? Porque era procurado pela polícia? Será um criminoso?

Não, não e não. O que o “tramou” foram os seus documentos.

Passamos a explicar.

Ao verificar a “papelada”, um segurança do aeroporto reparou que todos os documentos de Logan indicavam que o jovem é de Charlotte, Carolina do Norte. Não de Nova Iorque.

Então, se queria voltar para casa, porque ia até Nova Iorque?

Não ia.

Logan ia iniciar uma viagem que, de facto, ia até Nova Iorque, mas o avião fazia escala em Charlotte – e era aí que ele ia sair. Não ia estar na “segunda parte” do voo, não ia para Nova Iorque.

Isto é o skiplagging: comprar um bilhete num voo que vai fazer escala, mas não fazer a viagem toda. É sair no local da escala – que sempre foi o destino verdadeiro do passageiro.

Este sistema está a irritar as empresas de aviação, que “odeiam” o skiplagging, cita o The Washington Post.

É que este fenómeno poupa dinheiro do lado do passageiro – e a empresa perde dinheiro.

Habitualmente os voos directos são mais caros. Apesar de a viagem com escala ser mais comprida, de realizar mais quilómetros, esta segunda opção é a mais barata.

Porque os voos directos são os preferidos dos passageiros, são mais procurados: mais cómodos, mais rápidos, mais práticos e com menor probabilidade de problemas na viagem.

O segurança na Florida reparou no esquema e, como o passageiro era menor de idade, obrigou a família a comprar outro bilhete, com viagem directa.

O seu pai, Hunter Parsons, já admitiu no Queen City News que a família pratica o skiplagging, quase de forma exclusiva, há cinco anos, no mínimo.

Mas não sabia de um pormenor: a maioria das empresas de aviação proíbe este método, é contra as suas regras.

Porque, além do dinheiro que não recebe, há um lugar que fica vazio na segunda parte da viagem – que poderia estar a ser pago por outra pessoa.

Mas há muitos passageiros que continuam a seguir este método.

ZAP //

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7 Comments

  1. As companhias recorrem a todo tipo de truques para nos sacar dinheiro do bolso, desde voos de conexão com preços exorbitantes, a cobrança de bagagem de porão a quase tanto como a viagem simples. Se o mesmo passageiro comprar a viagem completa e descer no meio do caminho, já não pode, mesmo que tenha pago até ao fim da viagem???

  2. “Porque, além do dinheiro que não recebe, há um lugar que fica vazio na segunda parte da viagem – que poderia estar a ser pago por outra pessoa.” Isso é mentira, pois o lugar foi pago até ao final da viagem, só não foi ocupado. O pensamento inverso é o correcto. Pergunta: Se o preço do percurso total é um, porque é que os dois parciais que perfazem o percurso total são mais caros? Resposta: especulação. Neste, e em muitos outros sectores.

  3. Os preços dos bilhetes de avião deviam ser mais caros de modo a repercutir o dano ambiental que provocam. É uma vergonha que isso não aconteça. É uma das indústrias mais poluentes e não internaliza os custos ambientais que provoca.

  4. A culpa é das companhias aéreas que fazem isso. Por exemplo, na TAP, um voo do Rio de Janeiro para Lisboa (directo), numa determinada data, custava setecentos e tal euros mas se a pessoa comprasse para Roma, com escala em Lisboa, ficava cerca de €300 mais barato. E a primeira parte do voo era feito no mesmo avião que a TAP cobra mais de setecentos euros.
    De quem é a culpa de as pessoas fazerem skiplagging? Se estes valores não acontecessem, claro que não se tentava fazer isso. Deixem de especular!

  5. A culpa ainda é dos passageiros!… essas empresas deviam ser penalizadas, usarem esquemas manhosos para extorquir dinheiro aos passageiros, ainda mais aquelas empresas que receberam subvenções pagas por esses mesmos utilizadores

  6. há aqui alguma coisa que me está a escapar, como é que a empresa de aviação está a perder dinheiro?
    o cliente pagou o que a empresa pedia, se saiu a meio da viagem é problema dele, pagou pela viagem toda, independentemente do lugar ir vazio a segunda parte do caminho.
    Então eu compro um bilhete de avião e depois não compareço, a empresa está a perder dinheiro só porque eu não pude ir e o lugar vai vazio?
    Já para não dizer que as empresas de aviação fazem o chamado overbooking que é venderem mais do que uma vez o mesmo lugar do avião para garantir que ganham tudo o que podem ganhar!
    A empresa não está a perder dinheiro, está a deixar de ganhar com a vigarice que faz que é pedir mais dinheiro por um voo que custa menos.
    Não gostam quando os clientes normalizam esquemas para lutar contra as injustiças, temos pena!
    Habituem-se!

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