Síndrome misteriosa está a “derreter” as estrelas-do-mar

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jkirkhart35 / Flickr

Pisaster ochraceus

Enquanto tentamos ultrapassar uma pandemia, que nos apanhou de surpresa, as estrelas-do-mar estão a ser assoladas por uma condição que as “derrete” numa gosma. Não há forma de proteger os animais com uma vacina, pelo que os biólogos tentam desesperadamente encontrar uma solução.

Andrea Burton, bióloga marinha da Universidade do Estado do Oregon, e a sua equipa analisaram 200 estrelas-do-mar Pisaster ochraceus, não só por serem as mais afetadas por esta doença, mas também por serem as únicas das 20 espécies capazes de a ultrapassar.

Segundo o Science Alert, o objetivo era apurar se existiam diferenças genéticas entre as estrelas marinhas que parecem ser capazes de suportar a doença e as que sucumbem.

A análise permitiu concluir que a “síndrome do desgaste” é causada por enormes florescimentos de micróbios que roubam a água do seu abastecimento de oxigénio, provocando o afogamento da estrela-do-mar.

A decomposição da estrela-do-mar aumenta ainda mais os nutrientes para os micróbios, o que por sua vez alimenta o ciclo de florescimento e asfixia.

Apesar de o fitoplâncton ser o micróbio vegetal mais apontado como principal causa desta síndrome, os cientistas pensam que há outros agentes patogénicos a afetar estas criaturas marinhas.

Apesar de a genética não representar um papel na transmissão da doença, pode desempenhar um papel na resistência à mesma. O estudo revelou que algumas das espécies de estrelas-do-mar que tinham alterações genéticas eram também aquelas que tinham sido capazes de superar a síndrome.

A única causa possível para explicar a propagação desta doença, que reduziu a população de estrelas-do-mar em 50%, é o aquecimento global e a poluição ambiental.

Como são problemas cada vez mais emergentes, os cientistas acreditam que a “síndrome do desgaste” das estrelas-do-mar é apenas o primeiro sinal de uma extinção em massa de espécies, tanto das criaturas infetadas como dos predadores que se alimentavam delas para sobreviver.

O artigo científico foi publicado na Molecular Ecology.

ZAP //

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