“São Jorge” arrecadou sete prémios Sophia

Academia Portuguesa de Cinema / Facebook

O ator Nuno Lopes recebeu o prémio Sophia de melhor ator pelo filme “São Jorge”

O filme “São Jorge”, do realizador Marco Martins, arrecadou no domingo os principais prémios Sophia, atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema, numa cerimónia no Casino Estoril em que se falou de crise e de apoios ao cinema.

A longa-metragem, que traça um retrato da crise económica que atingiu Portugal aos olhos de um pugilista desempregado, foi distinguida com os prémios de melhor filme, realização, ator principal e secundário, para Nuno Lopes e José Raposo respetivamente, assim como argumento original, fotografia e direção artística.

É “a primeira crise da minha geração e todos os dias havia direitos que pareciam que nos eram retirados. Aquele filme é sobre a crise e sobre a minha crise, a nossa crise”, afirmou Marco Martins num dos discursos de agradecimento.

“Espero que estes prémios ajudem a aproximar o público dos filmes portugueses”, disse Marco Martins.

Quando recebeu o Sophia de melhor ator, Nuno Lopes afirmou que na cultura portuguesa “os anos da crise ainda não passaram”.

Continuamos a ser desrespeitados constantemente nos atrasos dos concursos e na forma pouco clara como são atribuídos”, disse o ator, referindo-se os concursos de apoio ao cinema e audiovisual de 2018 que ainda não abriram.

Com a anunciada presença do secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, Nuno Lopes deixou um apelo: “A cultura é uma responsabilidade do Estado. Juntem-se a nós e façam a vossa parte, senhores governantes, ainda vamos a tempo. Um país sem cultura não é um país, é uma área mal ocupada”.

“Peregrinação”, de João Botelho, conquistou três Sophia, em categorias técnicas, enquanto “A Fábrica de nada”, de Pedro Pinho, recebeu os prémios de melhor montagem e argumento adaptado.

Na sexta edição dos prémios Sophia, “Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo”, de João Monteiro, foi eleito o melhor documentário em longa-metragem, e “O homem eterno”, de Luís Costa, a melhor curta-metragem documental.

O Sophia de melhor curta-metragem de ficção foi para “Coelho Mau”, de Carlos Conceição, e o de curta de animação distinguiu “A Gruta de Darwin”, de Joana Toste.

O Sophia de melhor série televisiva foi para “Madre Paula”, exibido na RTP.

A Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda três prémios de carreira à caracterizadora Ana Lorena, ao realizador e ensaísta Lauro António e ao realizador Artur Correia, recentemente falecido.

// Lusa

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