Sanções ao petróleo russo custam 160 milhões por dia a Moscovo

O teto nos preços do petróleo russo custam a Moscovo 160 milhões de euros por dia, segundo um relatório do Centro para a Investigação em Energia e Ar Limpo (CREA), sediado em Helsínquia, na Finlândia.

O relatório revelou que os custos para a Rússia podem ascender aos 260 milhões de euros por dia quando as sanções forem estendidas aos produtos refinados.

O documento explica a forma como o limite nos preços do petróleo russo, imposto pelos países da G7 e pela União Europeia (UE), atinge os russos.

“O teto e o embargo da UE ao petróleo russo finalmente estão em prática e o impacto é tão significativo quanto o esperado”, esclareceu no relatório Lauri Myllyvirta, analista da CREA.

O documento avançou ainda que a Europa deveria diminuir o valor do limite imposto ao crude da Rússia, passando dos atuais 60 dólares para 35 ou 25 dólares por barril, o que ficaria ainda acima dos custos do petróleo e transporte russos, mas que diminuiria a receita com esta matéria-prima em mais de 100 milhões de euros por dia.

“É essencial baixar o valor do teto a um nível que negue receitas petrolíferas que possam ser taxadas pelo Kremlin e restringir as restantes importações de petróleo e gás da Rússia”, indicou ainda Lauri Myllyvirta.

O “primeiro mês de embargo prova o que temos vindo a dizer desde o início da invasão: o rendimento das exportações de combustíveis fósseis é a linha de sangue financeira para a guerra de [Vladimir] Putin”, afimrou Svitlana Romanko, fundadora e diretora da organização Razom We Stand.

“A UE e o G7 têm o poder e os meios para cortar essa linha de sangue. Só a força e o dinheiro interessam ao Kremlin. O preço máximo precisa de ser revisto em baixa e a aplicação do embargo deve ser reforçada”, referiu.

E continuou: “sem as receitas de exportação de combustíveis fósseis, a ofensiva brutal da Rússia contra o direito internacional, os direitos humanos e o ambiente entrará em colapso. Precisamos de mais ação (…). Não só baixar o preço máximo, mas também introduzir sanções adicionais para colmatar as lacunas”.

Taísa Pagno //

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