Republicanos preparam-se para virar Congresso e Senado

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Brainstorm Health, Gage Skidmore / Flickr

O presidente norte-americano, Joe Biden, e Donald Trump entraram na reta final para as eleições intercalares com uma intensa agenda de campanha em estados-chave que podem decidir o futuro do Congresso. A poucos dias das eleições, os Republicanos alargaram a vantagem nas sondagens.

Este sábado, Biden e o ex-presidente Barack Obama rumarão a Filadélfia, no estado da Pensilvânia, em campanha pelos candidatos democratas ao Senado, John Fetterman, e a governador, Josh Shapiro.

A Pensilvânia é um estado fundamental para determinar o controlo do Senado e é uma das poucas oportunidades dos democratas para ‘roubar’ um lugar republicano na noite de 8 de novembro.

Fetterman, que lidera as sondagens, enfrentará o cirurgião e celebridade televisiva Mehmet Oz, também conhecido como Dr. Oz, um republicano apoiado por Donald Trump que está a lutar para manter em mãos republicanas o lugar deixado vago por Pat Toomey.

Fetterman, vice-governador da Pensilvânia, sofreu um acidente vascular cerebral em maio, do qual afirma estar a recuperar, mas que o impediu de fazer campanha em público durante várias semanas, o que tem sido usado como argumento pelos republicanos sobre a sua capacidade para continuar na política.

Na quinta-feira, John Fetterman disse estar “orgulhoso” de poder aparecer ao lado de Joe Biden e de Barack Obama nos dias finais da sua campanha para o Senado e elogiou os dois líderes democratas por rejeitarem o extremismo.

Por outro lado, Donald Trump estará no sábado a fazer campanha no mesmo estado, mas na cidade de Latrobe, a favor de Mehmet Oz, que tem tentado distanciar-se das alegações de fraude eleitoral nas presidenciais de 2020 defendidas pelo ex-presidente.

Esta será a terceira vez este ano que Trump se deslocará à Pensilvânia em campanha, que englobará ainda uma participação no comício a favor do candidato republicano a governador Doug Mastriano.

A poucos dias das eleições intercalares, Biden e Trump têm intensificado as suas ações em campanhas eleitorais, num último esforço para captar o eleitorado.

As eleições intercalares norte-americanas, a 8 de novembro, determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato de Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.

Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump.

Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.

Republicanos aumentam vantagem

A poucos dias das eleições intercalares, o partido republicano alargou a vantagem sobre os democratas nas sondagens, sendo agora favorito para ganhar a Câmara dos Representantes e o Senado.

Depois de andar nos últimos meses atrás dos democratas nas probabilidades de conquistar o Senado, a câmara alta do Congresso que é decisiva para a confirmação de juízes e outros nomeados, os republicanos passaram para a frente a 1 de novembro e agora alargaram a vantagem.

De acordo com o modelo preditivo da plataforma FiveThirtyEight, os republicanos têm uma probabilidade de 54 em 100 de ganharem o Senado. Era de apenas 34 em 100 no mês passado.

Esta subida deve-se à melhoria das perspetivas dos candidatos republicanos nos três estados mais competitivos, Pensilvânia, Geórgia e Nevada.

Na Pensilvânia, Mehmet Oz recuperou terreno ao democrata John Fetterman e está agora com 47 em 100 (contra 53 em 100).

Na Geórgia, o controverso Herschel Walker subiu a sua vantagem para 57/43 contra o democrata incumbente Raphael Warnock e o mesmo aconteceu no Nevada, com Adam Laxalt favorecido em relação à incumbente Catherine Cortez Masto.

Em termos de perspetivas para a Câmara dos Representantes, os republicanos estão com a vantagem mais elevada desde que o ciclo eleitoral começou: 84 em 100 contra apenas 16 em 100 para os democratas.

Aqui, há cinco corridas muito renhidas que podem ser importantes para a dimensão da vitória republicana ou da (improvável) continuação dos democratas no poder.

A corrida mais ‘quente’ é entre a democrata incumbente Elaine Luria e a republicana Jen Kiggans, empatadas a 50-50, no 2º distrito da Virgínia.

A democrata, que integra a comissão de investigação do ataque ao Capitólio, partiu muito atrás, mas nos últimos dias conseguiu alcançar a oponente. O mesmo se passa no 34º distrito do Texas entre a republicana Mayra Flores e o democrata incumbente Vicente Gonzalez (50-50).

No agregado de todas as sondagens, o modelo FiveThirtyEight indica que o resultado mais provável é que os republicanos tomem o controlo das duas câmaras e, portanto, do congresso (54 em 100).

Esta viragem a favor dos republicanos espelha o sentimento nas bases dos dois partidos.

A mais recente sondagem nacional mostra que o entusiasmo dos eleitores democratas é inferior ao dos republicanos, sendo o de ambos os grupos menor do que era nas intercalares de 2018, quando uma “avalanche azul” tomou a Câmara dos Representantes.

Agora, apenas 24% dos democratas dizem estar muito entusiasmados para votar (era 44% nas últimas intercalares) contra 38% dos republicanos (era 43% há quatro anos).

Mais eleitores disseram que pretendem votar no partido republicano para o seu distrito do congresso (51%) que no democrata (47%).

Entre os eleitores que disseram que a economia é a sua prioridade, os candidatos republicanos são ainda mais favorecidos: 71% contra 18% para os democratas.

A mesma sondagem indicou que a taxa de aprovação do presidente Biden caiu de 44% para 41% em relação à sondagem anterior.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Quem escreveu este artigo não percebe nada da política norte americana, e se os republicanos ganham os EUA em menos de 6 anos diz adeus à democracia como ela existe e coloca o dólar em grave exposição para perder o domínio como moeda mundial.

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