Reino Unido recusa culpas no ataque suicida no aeroporto de Cabul

Stringer / EPA

Aeroporto Internacional Hamid Karzai

Alto diplomata recusou a versão dos oficiais norte-americanos de que a entrada do aeroporto de Cabul onde aconteceu o ataque suicida estava aberta porque os britânicos assim o solicitaram.

Dominic Raab, alto responsável pela diplomacia no Governo de Boris Johnson, rejeitou esta manhã qualquer culpa nos ataques suicidas do aeroporto de Cabul que fizeram mais de 170 mortos, uma acusação que tinha sido deixada no ar pelos oficiais norte-americanos que atribuíam o controlo da porta Abbey, onde o atentado aconteceu, aos britânicos.

O secretário para os Assuntos Exteriores afirmou que esta versão dos factos “não é simplesmente verdade”, acrescentando ainda que nenhum dos requisitos efetuados pelas forças britânicas — nomeadamente, a criação de uma zona de passagem para os seus oficiais — implicava que a porta permanecesse aberta.

Raab afirmou que o posicionamento das forças britânicas no terreno, na antecâmara dos ataques do ISIS-K, foi acordado com os norte-americanos.

“Nós coordenámo-nos de perto com os Estados Unidos, particularmente no que respeita a ameaças relacionadas com o ISIS-K, a qual nós antecipamos mas de forma trágica não conseguimos prevenir. É definitivamente correto dizer que processamos os nossos civis através da porta Abbe, mas não é correto dizer que para além de fazermos entrar os nossos civis através daquela entrada fizemos pressão para a manter a aberta“.

O oficial britânico defendeu ainda que nas horas que antecederam o ataque foram emitidas diretrizes que aconselhavam o pessoal britânico — e quem com eles havia trabalhado — a abandonar o local devido ao risco elevado de ameaça de ataque.

Dominic Raab admitiu também em entrevista que o seu gabinete tem recebido cada vez mais contactos de pessoas elegíveis para evacuação que temem pela sua vida face ao crescimento da ameaça do regime talibã e que desejam viajar para o Reino Unido. Mesmo assim, afastou a hipótese, avançada pelo The Guardian, de que os gabinetes ministeriais e oficiais tinham recebido mais de 7 mil e-mails que ainda não foram respondidos.

ZAP //

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