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Ao longo de muito tempo, assumimos que tinham sido os antigos egípcios – mas afinal, estudos mais recentes mostram que foi ainda antes.
A tradição de celebrar aniversários remonta a milhares de anos, embora a sua origem exata permaneça incerta.
Enquanto muitos acreditam que as comemorações de aniversário começaram com os antigos egípcios, estudos mais recentes sugerem que a prática é ainda mais antiga.
Registos da antiga Mesopotâmia indicam que os reis sumérios já celebravam aniversários há mais de 4.000 anos.
Origens
A referência mais antiga a celebrações de aniversários surge em textos da antiga cidade suméria de Lagash, datados do terceiro milénio a.C..
Segundo o historiador Vladimir Emelianov, esses textos documentam festas de aniversário para os filhos do rei Lugalanda, que incluíam sacrifícios de animais partilhados entre os vivos e os antepassados falecidos.
No entanto, quando Lugalanda perdeu o poder, os registos de aniversários cessaram, sugerindo que a prática não era generalizada. Ou seja, só seriam mesmo realizadas na realeza.
Os persas também tinham uma forte tradição de celebrar aniversários. O historiador grego Heródoto escreveu no século V a.C. que os persas consideravam o aniversário o dia mais importante do ano, organizando grandes banquetes com carne e sobremesas. Isso sugere que, naquela época, a celebração de aniversários pessoais ainda não era comum na cultura grega.
Nos últimos anos da República Romana (509–27 a.C.), as festas de aniversário tornaram-se mais populares.
Provas disso encontram-se na comédia latina Pseudolus (191 a.C.) e em cartas do famoso orador romano Cícero, que mencionava a celebração do aniversário da sua filha em 50 a.C.
No século I d.C., as festas de aniversário já eram amplamente celebradas na sociedade romana, incluindo por mulheres em postos avançados distantes, como Vindolanda, na Britânia.
Influências
Ao longo da história, governantes e líderes políticos usaram as celebrações de aniversário como uma ferramenta de poder e influência.
Em 1748, a Grã-Bretanha estabeleceu uma tradição anual de celebrar o aniversário do soberano, algo que ainda hoje acontece.
Durante a Revolução Americana, no entanto, os colonos rejeitaram essa tradição, organizando funerais simbólicos para o rei Jorge III e inutilizando canhões britânicos para impedir os festejos.
Em vez disso, começaram a celebrar o aniversário de George Washington, que acabou por tornar-se feriado nacional nos Estados Unidos em 1879.
Evolução
O conceito moderno de festas de aniversário, com bolo, velas e presentes, surgiu muito mais tarde.
O historiador Hizky Shoham sugere que a industrialização teve um papel fundamental na popularização das celebrações, ao reforçar a importância do tempo padronizado e dos marcos de vida.
A partir da década de 1870, as festas de aniversário infantis tornaram-se populares na Europa Ocidental e na América do Norte.
Segundo a historiadora Elizabeth Pleck, essa tendência começou entre famílias protestantes ricas nos Estados Unidos, mas rapidamente se espalhou por todas as classes sociais.
No início do século XX, as celebrações de aniversário já seguiam um formato padronizado, incluindo bolos, velas, músicas e presentes.
Comida sempre presente
Apesar da evolução dos costumes, um elemento das celebrações de aniversário manteve-se constante ao longo da história: a partilha de comida com os entes queridos.
Desde os banquetes mesopotâmicos até às festas de aniversário modernas, a tradição continua a ser um marco significativo na vida das pessoas, reunindo amigos e familiares para celebrar.