As suas pupilas podem esconder um sinal sobre o funcionamento do seu cérebro

A forma como as pupilas reagem ao exercício ligeiro pode ser a chave para compreender os benefícios cognitivos do movimento, incluindo a melhoria do humor e do funcionamento executivo, de acordo com um novo estudo.

Num pequeno ensaio clínico que envolveu 24 participantes, os investigadores monitorizaram o tamanho das pupilas durante 10 minutos de exercício ligeiro e utilizaram depois a neuroimagem para analisar as respostas cerebrais dos participantes durante uma tarefa cognitiva.

Os resultados, escreve o ScienceAlert, indicaram que os indivíduos cujas pupilas se dilataram mais durante o exercício ligeiro registaram um melhor impulso cognitivo.

Os resultados apoiam a hipótese dos investigadores de que os mecanismos associados às pupilas desempenham um papel no reforço da ativação do córtex pré-frontal e da função executiva através de um exercício muito ligeiro.

Isto é significativo, uma vez que se sabe que o exercício, mesmo em baixa intensidade como o ioga ou a caminhada, tem um impacto positivo no humor e na concentração, ativando o córtex pré-frontal do cérebro.

Estudos anteriores demonstraram que as pupilas podem refletir uma atividade neural mais profunda, o que as torna uma janela potencial para o funcionamento interno do cérebro. Para aprofundar esta questão, os investigadores dividiram jovens adultos saudáveis em dois grupos: um deles praticou 10 minutos de exercício ligeiro, enquanto o outro descansou numa máquina de exercício.

Durante e após o período de exercício, os tamanhos das pupilas dos participantes foram monitorizados de forma não invasiva e o seu estado de espírito foi avaliado. Ambos os grupos realizaram também um teste de função executiva antes e depois do exercício. O estudo foi publicado este mês na revista NeuroImage.

Os resultados revelaram que o grupo de exercício teve um desempenho superior ao do grupo de controlo na tarefa cognitiva, tendo-se observado um aumento da atividade no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo associado à função executiva. É interessante notar que as pupilas do grupo de exercício se dilataram durante o treino, enquanto as do grupo de controlo permaneceram inalteradas.

A descoberta mais intrigante do estudo foi a correlação entre a extensão da dilatação das pupilas durante o exercício e o subsequente impulso cognitivo durante a tarefa.

Estes resultados sugerem que a atividade neural associada à pupila é responsável pelo reforço da função executiva pré-frontal através do exercício ligeiro. O estudo propõe que o diâmetro da pupila possa potencialmente servir como um novo biomarcador para prever os efeitos cognitivos do exercício no cérebro.

Embora este estudo forneça informações valiosas, é preliminar e foca-se num grupo específico de jovens adultos saudáveis. É necessária investigação futura para confirmar e alargar estes resultados. No entanto, o estudo oferece uma via promissora para compreender a complexa relação entre o exercício, a função cerebral e as respostas fisiológicas do corpo.

ZAP //

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