Lentidão no iPhone 4s, quando foi actualizado para o iOS9. Queixosos exigiram milhões há seis anos; vão receber “migalhas”.
É preciso recuar até 2015 para encontrar a origem de um processo judicial que envolve a Apple e o seu iPhone 4s.
Na altura, o problema foi a actualização para o iOS 9, que era então o sistema operacional mais recente para telemóveis.
Foi apresentado precisamente em 2015 mas quem tinha um exemplar do modelo iPhone 4s passou a ter um telemóvel mais lento e mais instável.
Os clientes actualizaram o sistema mas o processo não correu bem: atrasos no toque no ecrã, abertura de aplicações mais lenta…
Então surgiu uma acção colectiva contra a Apple porque a empresa teria enganado os utilizadores ao dizer que o iOS 9 era compatível com iPhone 4s.
Os queixosos acrescentavam que a Apple sabia o que iria acontecer porque, como sempre, tinha realizado testes com o iOS9. Mas não avisou.
Seria uma estratégia propositada da Apple, que no fundo queria que os clientes comprassem telemóveis mais recentes, “encostando” o seu iPhone 4s.
A empresa rejeitou sempre estes argumentos.
A acusação pretendia no mínimo 5 milhões de dólares e a indemnização poderia chegar aos 15 milhões de dólares. Ou seja, no câmbio actual, entre 4.7 e 14.2 milhões de euros.
O processo não foi simples. Mais de seis anos depois, já foram analisados 48 mil documentos com cerca de 539 mil páginas.
Agora, a exigência mudou: cada pessoa que apresentou queixas válidas vai receber (se a Apple concordar) 15 dólares. Pouco mais de 14 euros, por cada pessoa afectada.
“Reconhecemos os riscos substanciais que as partes enfrentariam se a acção judicial progredisse. Iríamos retomar um litígio complexo, caro e demorado“, lê-se no memorando entregue em tribunal.
Apesar do valor quase simbólico, comparando com a exigência inicial, os queixosos asseguram que este resultado é “favorável” porque, na prática, os danos reais não ultrapassariam os 14 dólares por cada telemóvel afectado.
Em tribunal foram apresentadas cerca de 100 reclamações válidas. Ou seja, de um mínimo de 4.7 milhões de euros, a exigência desce para quase 1.500 euros.