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Um dos primatas mais raros do planeta pode estar prestes a extinguir-se

Tim Laman/ Wikimedia

Orangotango Tapanuli

Os orangotangos Tapanuli, a espécie de grandes macacos mais ameaçada da Terra, podem estar ainda mais perto da extinção do que se pensava.

Atualmente, os macacos habitam nas montanhas de Batang Toru no norte de Sumatra, na Indonésia, onde ocupam menos de 3% do habitat que ocupavam no final dos anos 1800, de acordo com um estudo publicado a 4 de janeiro na revista PLOS One.

Com menos de 800 orangotangos Tapanuli em Batang Toru, a espécie enfrenta agora a ameaça de extinção.

A pesquisa indica que se mais de 1% da população adulta for morta, capturada ou deslocada a cada ano, o orangotango Tapanuli irá tornar-se a primeira espécie de grandes macacos a extinguir-se nos tempos modernos, alerta Erik Meijaard, principal autor do estudo.

O estudo, baseado em registos históricos da região, descobriu que os macacos foram levados para as montanhas Batang Toru por caçadores, devido à fragmentação do seu antigo habitat.

Idealmente, os orangotangos Tapanuli deveriam ser capazes de se deslocar entre uma variedade de ambientes, incluindo áreas de planície, para maximizar a sua possibilidade de sobrevivência. Contudo, segundo os autores do estudo, os animais permanecem presos em terras altas – locais que não são adequados para a espécie.

Para piorar a situação, o seu atual habitat poderá, em breve, ser ameaçado por uma nova central hidroelétrica, que, a ser construída, estará localizada no rio Batang Toru, na regência de Tapanuli do Sul, Sumatra do Norte.

A construção de 122 hectares poderá bloquear o encontro de várias sub populações de orangotangos Tapanuli, o que pode levar à endogamia e limitar a diversidade genética da espécie.

No entanto, também há boas notícias.

De acordo com o Live Science, a empresa PT North Sumatera Hydro Energy (PT NHSE) interrompeu a construção da central devido à pandemia de covid-19.

O projeto também perdeu recursos importantes do Banco da China, por isso a construção pode permanecer parada durante vários anos.

Meijaard e a sua equipa querem que a empresa, o governo, a IUCN e o Programa de Conservação de Orangotangos de Sumatra (SOCP) aproveitem esta pausa para lançar uma investigação independente de modo a avaliar a ameaça aos orangotangos.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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