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Portugal vs Sérvia | Massacre luso com pólvora seca

Mário Cruz / Lusa

Segunda jornada do Grupo B da qualificação para o Euro 2020, segundo empate de Portugal, ambos em casa.

Após o nulo ante a Ucrânia na primeira jornada, os campeões da Europa não foram além de uma igualdade a uma bola ante a Sérvia.

Num jogo praticamente de sentido único, os visitantes até marcaram primeiro, por Dusan Tadic (de penálti), mas Danilo Pereira empatou ainda na primeira parte, num golo espectacular.

No segundo tempo, a formação lusa carregou no ataque, teve muita bola e rematou muito – 19 vezes só no segundo tempo -, mas a falta de eficácia na finalização ditou a perda de mais dois pontos.

O Jogo explicado em Números

  • Mau arranque de jogo para Portugal. Apesar de uma excelente oportunidade desperdiçada por William Carvalho logo aos quatro minutos, numa jogada confusa com Dyego Sousa, os sérvios marcaram primeiro, logo aos sete minutos. O árbitro assinalou penálti de Rui Patrício sobre Dusan Tadic e o avançado do Ajax não desperdiçou ao segundo remate dos visitantes, primeiro enquadrado.
  • Respondeu Cristiano Ronaldo com um excelente disparo, aos nove minutos, para grande defesa de Marko Dmitrovic. E em cima do quarto-de-hora, o guardião sérvio negou um golo quase certo a Rafa, numa altura em que Portugal estava a entrar com facilidade na defesa contrária, mas sem finalizar com eficácia.
  • Nesta fase, os campeões europeus registavam 72% de posse de bola, cinco remates, três enquadrados, 90% de eficácia de passe, contra 65% dos sérvios, numa demonstração de superioridade que não encontrava correspondência no resultado.
  • Aos 29 minutos, contrariedade para Portugal, com Cristiano Ronaldo a lesionar-se e a ter de sair, dando lugar a Pizzi. O capitão saiu com quatro remates (mais do que a equipa da Sérvia), dois deles enquadrados, mas três deles de fora da área.
  • À meia-hora a pressão portuguesa era intensa, com sete remates, três enquadrados (3-2 para a Sérvia), 68% de posse de bola, 88% de eficácia de passe, cinco cruzamentos de bola corrida contra um dos visitantes. Mas os sérvios mostravam-se sempre perigosos e os seus três disparos aconteceram todos na área lusa.
  • Até que a pressão de Portugal acabaria por dar frutos. Aos 41 minutos, Danilo Pereira progrediu com a bola em zona frontal e arrancou um pontapé fulminante de fora da área, que entrou “na gaveta”, no ângulo superior esquerdo da baliza sérvia. Ao nono remate, quarto enquadrado, Portugal chegava ao golo.
  • Empate 1-1 ao descanso, num jogo muito vivo, dominado quase por inteiro por Portugal, com a Sérvia a surgir pressionante apenas nos minutos finais do primeiro tempo, em resposta ao golo de Danilo.
  • A formação lusa teve mais bola nesta primeira metade, rematou mais, criou diversas situações para marcar, mas não foi feliz perante um inspirado Dmitrovic. Nesta fase, destaque para a lesão de Cristiano Ronaldo, obrigado a sair, num jogo em que Tadic estava a ser o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.0.
  • O avançado do Ajax fez o golo sérvio, na sequência de um penálti cometido sobre si próprio, e ainda criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização. O melhor de Portugal, com 6.7, era Danilo Pereira.
  • Reentrada intensa de Portugal na partida, a empurrar a Sérvia para a sua grande área. À chegada à hora de jogo, a formação das “quinas” registava 75% de posse de bola desde o intervalo, dois remates, nenhum enquadrado, contra três disparos contrários, um com boa direcção.
  • Só dava Portugal e, à chegada aos 70 minutos, já a Selecção registava cinco remates, mas todos desenquadrados. E aos 71 minutos só a “cerimónia” impediu o golo luso, com vários jogadores, em plena pequena área, a demorarem muito a rematar, praticamente de baliza aberta.
  • Raphäel Guerreiro, tal como no jogo com a Ucrânia, era dos mais activos, registando um rating de 6.7, fruto de uma assistência, quatro passes para finalização, cinco cruzamentos (um eficaz), quatro desarmes e 94 acções com bola, máximo do jogo.
  • Por volta dos 80 minutos, Portugal registava 76% de posse de bola, 11 remates no segundo tempo, somente dois enquadrados, muito pouco para quem precisava de marcar. A pressão era intensa perante uma Sérvia recuada, mas a ineficácia no momento de finalização não permitiu o segundo golo luso.

O Homem do Jogo

Tal como no jogo com a Ucrânia, o lateral-esquerdo Raphäel Guerreiro foi o melhor de Portugal – neste caso foi mesmo o MPV da partida – com um GoalPoint Rating de 7.2.  O jogador do Dortmund foi o mais activo em toda a partida, somando 115 acções com bola, aproveitando-as para deixar uma marca forte no jogo luso

Para além de quatro remates (um enquadrado), Guerreiro fez uma assistência em cinco passes para finalização (máximo do jogo), registou seis cruzamentos, completou 73 de 83 passes, concluiu as três tentativas de drible e ainda fez quatro desarmes. Uma exibição completa que merecia outro desfecho.

Jogadores em foco

  • Danilo Pereira 6.6 – O autor do golo de Portugal – e que golo. Danilo deu capacidade física ao meio-campo luso, registando sete recuperações de posse, e esteve activo nos momentos ofensivos, com três remates – todos de fora da área -, 59 passes certos em 64 e 73 acções com bola.
  • Nemanja Maksimovic 6.4 – A Sérvia jogou encostada à sua grande área, com duas linhas bem juntas e recuadas. Um dos elementos da linha de meio-campo, Maksimovic foi o melhor dos homens dos Balcãs, pelo que fez em termos defensivos. Ao todo recuperou oito vezes a posse de bola e fez 15 acções defensivas, com destaque para seis desarmes e um corte decisivo.
  • Bernardo Silva 6.4 – O jogador do City sentiu alguns problemas face ao poder físico adversário, mas a sua capacidade técnica permitiu-lhe ser dos melhores de Portugal, com três remates (desenquadrados), uma ocasião flagrante criada em três passes para finalização e quatro dribles completos (máximo do jogo) em cinco tentativas.
  • Marko Dmitrovic 6.4 – Um dos responsáveis pelo empate foi o guarda-redes sérvio. É certo que Portugal enquadrou apenas dois remates em 19 no segundo tempo, mas juntam-se a esse mais quatro do primeiro tempo, pelo que o guardião do Eibar terminou com quatro defesas, uma a remate na sua área, e uma saída eficaz.
  • Dusan Tadic 6.3 – O homem que gelou o Santiago Bernabéu e marcou na Luz, em ambas as ocasiões na Liga dos Campeões, voltou a mostrar qualidade extra. Para além do golo que marcou, de penálti, e da falta que sofreu para a grande penalidade, Tadic registou três remates, criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização e completou dois de três tentativas de drible.

Resumo

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