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Porto 2-1 Young Boys | Dragão de duas faces com estreia feliz

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Fernando Veludo / EPA

O FC Porto entrou na Liga Europa com o pé direito, ao vencer o Young Boys por 2-1, no Estádio do Dragão.

Uma primeira parte de enorme qualidade, na qual os suíços só por uma vez chegaram perto da baliza de Marchesín e fizeram logo golo, de grande penalidade, fazia antever um jogo tranquilo para os “dragões”, mas o intervalo fez mal à equipa “azul-e-branca”.

O Young Boys foi superior no segundo tempo e até teve mais ocasiões de perigo, deixando exposta uma certa falta de clarividência dos homens de Sérgio Conceição.

Soares, com dois golos, e Fábio Silva, que quebrou um recorde portista na Europa, foram alguns dos destaques pela positiva numa noite que deixará poucas saudades entre os adeptos dos “dragões”.

O jogo explicado em números

  • Início a todo o gás por parte do FC Porto, que chegou à vantagem no primeiro remate do encontro. Aos sete minutos, Soares abriu a contagem com um disparo rasteiro após uma triangulação com Luis Díaz.
  • A vantagem dos “dragões” foi, no entanto, sol de pouca dura. Em cima do quarto-de-hora, Assalé fugiu à defensiva portista e só parou quando foi travado em falta por Marchesín. O penálti subsequente foi superiormente cobrado por Nsame.
  • O golo acabou por não abater o Porto, que esteve às portas do 2-1 ao minuto 25, num cabeceamento de Danilo Pereira que esbarrou no poste da baliza suíça.
  • A equipa “azul-e-branca” dominava as incidências da partida e já somava seis remates, três dos quais à baliza, 64% de posse e 82% de eficácia de passe frente a uma equipa dos Young Boys que não tinha feito nenhum passe para finalização.
  • O Porto acabou por traduzir o seu domínio em vantagem perto da meia-hora de jogo. Luis Díaz esteve novamente no início da jogada, desta vez a colocar a bola nas costas da defesa suíça, com uma pequena ajuda de Otávio. Com o guarda-redes pela frente, Corona cruzou rasteiro para Soares, que só teve de encostar para fazer o 2-1 ao seu quarto remate, o terceiro enquadrado com a baliza.
  • A cinco minutos do intervalo, o Young Boys continuava com as mesmas três acções com bola na área contrária que apresentara desde o golo. Os suíços ainda não tinham nenhum passe para finalização e o jogador com mais passes no meio-campo portista era o defesa Bürgy, com apenas sete entregas.
  • Vantagem perfeitamente justa – pecando até por escassa – da equipa portista, que dominou a seu bel-prazer as incidências durante uma primeira parte de um só sentido.
  • Os homens de Sérgio Conceição fizeram valer a sua superioridade, técnica e táctica, acabando por sofrer um golo no único deslize que cometeram, ao conceder demasiado espaço a Assalé.
  • Sem surpresas, o jogador que liderava os GoalPoint Ratings ao intervalo era Soares, com nota 6.9. Para além dos dois golos apontados, o brasileiro levava um drible eficaz no último terço e uma falta sofrida em zona de perigo, pecando apenas no capítulo dos duelos, com apenas uma disputa aérea ofensiva ganha em seis.
  • O Porto deixou-se dormir à sombra da vantagem e perdeu muito fulgor no regresso aos balneários. Nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, os “dragões” não fizeram nenhum remate e só tiveram 46% de posse – números que contrastavam com o domínio expresso anteriormente. O Young Boys estava atrevido e já somava dois disparos, embora nenhum deles à baliza de Marchesín.
  • Jogo absolutamente inconsequente de Marega. Aos 65 minutos, o maliano somava apenas sete passes, quatro dos quais bem-sucedidos, zero remates, dois duelos ganhos em cinco disputados e 12 perdas de posse.
  • O Young Boys acabou por fazer o seu primeiro remate enquadrado desde a grande penalidade aos 71 minutos, num disparo de Ulisses García à queima-roupa que obrigou Marchesín a uma defesa por instinto. Começavam a crescer os sinais de impaciência nas bancadas do Dragão perante o domínio dos suíços, que chegaram aos últimos dez minutos da partida com 62% de posse e quatro remates (contra apenas um dos da casa).
  • Fábio Silva fez história aos 81 minutos, tornando-se no mais jovem portista a actuar numa prova europeia. O avançado fez o primeiro – e único – disparo enquadrado da segunda parte, um pequeno raio de luz numa etapa complementar de fraco nível e na qual o Young Boys foi superior, contra todas as previsões ao intervalo.

O melhor em campo GoalPoint

O guarda-redes David von Ballmoos manteve o Young Boys na luta por um resultado melhor até ao final da partida.

O suíço, antigo internacional sub-20 pelo seu país, efectuou quatro defesas, três delas a remate de dentro da área, e deu ainda nas vistas no capítulo da distribuição, com seis passes longos eficazes e dois lançamentos longos bem-sucedidos, terminando o desafio com a nota mais alta nos GoalPoint Ratings, um 7.0.

Na equipa do FC Porto, o destaque vai para Pepe 6.6, que venceu os três duelos aéreos defensivos que disputou, recuperou nove vezes a posse e somou dez acções defensivas.

Jogadores em foco

  • Soares 6.5 – O avançado brasileiro esteve ligado à vitória ao marcar os dois golos da noite, acabando ainda por desperdiçar uma ocasião flagrante. Houve ainda outros aspectos que baixaram a sua nota, entre os quais os quatro desarmes que sofreu, as seis vezes que controlou mal a bola e o facto de ter vencido apenas um terço dos nove duelos aéreos ofensivos que disputou.
  • Danilo Pereira 6.4 – Imperial no miolo do terreno, o médio português somou oito passes longos certos, recuperou oito vezes a bola e contabilizou quatro acções defensivas. Rematou ainda uma vez, ao poste.
  • Fábio Silva 5.7 – Deixou a sua marca nos 13 minutos que esteve em campo. Fez um remate enquadrado e um cruzamento eficaz, e arrancou dois dribles no último terço do terreno.
  • Marega 5.2 – Noite para esquecer para o maliano. Não rematou, criou apenas uma situação de remate, fez oito passes, controlou mal a bola em seis ocasiões e foi apanhado uma vez em fora-de-jogo.
  • Marcano 4.8 – O central espanhol esteve em noite não, apesar de ter feito oito passes longos eficazes. Consentiu dois dribles, ambos no primeiro terço do terreno, somou apenas cinco acções defensivas e cometeu duas faltas.

Resumo

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2 Comments

  1. Por acaso, acho que houve um outro clube português a fazer um resultado mais espetacular mas, enfim, a mentalidadezinha portuga só vê três clubes. Gostam de dizer que apoiam a evolução do futebol português mas, na prática, não saem do seu quintalzinho murado. Tenho pena que o ZAP também alinhe nesta cacofonia!

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