A pornografia é tão perigosa como o tabaco (e pode ser proibida nos autocarros)

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Erica Fontes / Facebook

A actriz pornográfica portuguesa Erica Fontes.

O Reino Unido pode vir a proibir a visualização de pornografia nos autocarros, se seguir as recomendações de um Comité que revelou, no Parlamento, que ver filmes para adultos é tão perigoso como o consumo de tabaco, e que promove a violência sexual.

O Comité de Mulheres e Igualdade do Parlamento do Reino Unido apela a que o Governo tome medidas urgentes e imediatas para fazer face ao que considera um novo e grave problema de Saúde Pública, a pornografia.

Durante a apresentação do relatório intitulado “O abuso sexual de mulheres e crianças em locais públicos”, o Comité fala da pornografia como uma ameaça à sociedade, considerando que pode originar violência sexual e que deve ser tratada como outros problemas de saúde, designadamente o consumo de tabaco.

“Os homens que consomem pornografia têm maiores probabilidades de manterem atitudes sexistas e de serem sexualmente agressivos com as mulheres“, salienta o relatório citado pelos media britânicos.

“Há exemplos de comportamentos legais que o Governo reconhece como prejudiciais, como o tabaco, que são abordados através de campanhas de Saúde Pública e grandes investimentos projectados para reduzir e prevenir esses danos”, pelo que o Executivo deve tomar medidas semelhantes para enfrentar o que chama de “danos da pornografia“, refere o relatório.

Neste sentido, o Comité propõe o desenvolvimento de programas especiais de prevenção da violência, mas também a proibição de pornografia nos autocarros, entre outras medidas.

“Ver pornografia nos transportes públicos desenvolveu-se como uma nova forma de assédio sexual”, aponta-se, apelando ao Governo para “proibir a exibição de pornografia nos autocarros”.

O Comité também avança que é preciso implementar nova legislação para que as operadoras de transportes públicos ataquem o problema do assédio sexual, bem como para que tomem medidas para impedir os telemóveis de acederem a pornografia nos comboios e autocarros.

O relatório divulgado pelo Comité inclui dados que indicam que 64% das mulheres britânicas, incluindo 85% com idades entre os 18 e os 24 anos, já viveram experiências de “atenção sexual indesejada” nos transportes públicos; 35% revelam ter sido tocadas de forma indesejada, enquanto mais de 60% das raparigas e jovens disseram que não se sentem seguras a caminhar até casa, e muitas que se sentem inseguras na Internet.

Por outro lado, o documento fala dos receios de que cada vez mais jovens usem a pornografia como uma fonte de educação sexual, dada a facilidade de acesso através da Internet.

“Há preocupações específicas sobre o papel da pornografia no contributo para atitudes lesivas para com as mulheres e raparigas, fornecendo um contexto onde o assédio sexual se concretiza”, nota o relatório.

O Comité também refere um estudo de 2016 intitulado “A pornografia, a violência sexual, o abuso e o ‘sexting‘ [envio de conteúdo sexual pessoal] nas relações íntimas entre os jovens: um estudo europeu”, que concluiu que “há uma relação entre o consumo de pornografia e as atitudes sexistas e as condutas sexualmente agressivas que incluem a violência”.

SV, ZAP //

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3 Comments

  1. Existe sim um problema maior nisto tudo, e têm muito a ver com o especial protecionismo e atenção que recebe da sociedade e a dificuldade de conciliar a igualdade de trato nos deveres e obrigações que não existe na realidade.
    Por um lado não quer ser igual nem ter as mesmas obrigações da parte masculina da sociedade como fazer serviços menos atrativos, como obiamente o do s. militar, e não reinvidinca cotas nessas profissões, mas se fôr para cargos altos ou bem pagos jâ exige um rácio nas cotas de género!
    A mulher só se incomoda com as atenções de natureza masculina se não for o tipo de homem que tem na ideia, e aos que já não lhes dão atenções acusa de hoje já não haver cavalheiros!
    Coloca-se num estatuto moral de superioridade ao do homem sem fundamentos válidos e ai arrepio do tal apregoado desejo de igualdade!

    d e b confronto de duas tendencias daí resuktantes quanto á sua protonde além mulher numa cultura

  2. Acho que não era bem isso que você mencionou que o artigo se refere. Você está certo, mas o seu relato se refere a outro assunto! Me desculpe.

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