“Pílula intestinal” revolucionária é capaz de controlar a respiração e a frequência cardíaca

Investigadores do MIT desenvolveram uma “pílula inteligente” que mede a respiração e os batimentos cardíacos, permitindo diagnosticar apneia do sono e, potencialmente, detetar overdoses de opioides, como o fentanil.

Cientistas do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) – desenvolveram uma “pílula inteligente” inovadora a ser alojada no intestino, que é capaz de diagnosticar problemas respiratórios e cardíacos, através da monitorização da respiração e dos batimentos cardíacos.

O estudo, publicado na sexta-feira, na ScienceDirect, revelou resultados promissores, na deteção da apneia do sono e, potencialmente, na de overdoses de opioides.

O dispositivo eletrónico ingerível – uma espécie de “pílula” – contém um acelerómetro para medir a respiração e o ritmo cardíaco através das vibrações no intestino, e um rádio de implante médico, para enviar as informações para um computador externo.

Durante os testes, 10 participantes com uma média de idade de 41 anos tomaram a pílula sem efeitos secundários.

De acordo com a New Scientist, o dispositivo demonstrou uma precisão de 93% na medição da taxa de respiração, e 96% na medição da frequência cardíaca, comparando-se favoravelmente com os equipamentos de monitorização padrão.

Resultados promissores

A “pílula” foi capaz de identificar um caso de apneia do sono não controlada num dos participantes.

Adicionalmente, o potencial da pílula em situações de overdose de opioides foi testado num porco anestesiado, ao qual foi administrada uma dose elevada de fentanil.

A pílula detetou uma redução significativa na taxa de respiração do animal, permitindo a intervenção rápida com naloxona para reverter os efeitos do opioide e restaurar a respiração normal.

A equipa está agora a estudar formas de fazer com que a pílula liberte de forma automática a naloxona, sempre que detetar uma interrupção da respiração.

Este avanço representa um marco importante no diagnóstico da apneia do sono, de forma barata e acessível, oferecendo também uma nova estratégia para monitorizar e, potencialmente, intervir em overdoses de opioides, melhorando assim a segurança dos pacientes e a eficácia dos cuidados de saúde.

ZAP //

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