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Nova pílula contracetiva pode ajudar a reduzir o risco de cancro do ovário

As formas mais modernas da pílula combinada ajudam a diminuir o risco de cancro do ovário. Ainda assim, os investigadores ainda não descobriram se os resultados também são válidos para outros produtos derivados de progestina.

Uma investigação recente, levada a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, e da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, concluiu que as mulheres que tomam uma forma mais recente da pílula combinada têm menor risco de desenvolver cancro do ovário relativamente às que não usam contracetivos hormonais.

Neste estudo, os investigadores usaram um banco de dados dinamarquês com informações de mais de 1,8 milhões de mulheres, com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos, sobre prescrições de contracetivos hormonais e com os registos dos casos de cancro.

Segundo o estudo, publicado recentemente na revista British Medical Journal, a maioria do uso de contracetivos hormonais (86%) foi reduzida à pílula combinada.

Os dados usados neste estudo foram recolhidos entre 1995 e o final de 2014. Na investigação, os investigadores levaram em consideração vários fatores como o número de filhos e a história familiar de cancro da mama ou de ovário.

Desta forma, analisando estes dados, os cientistas descobriram que as mulheres que utilizaram contraceção hormonal em algum momento tinham um risco 34% menor de desenvolver cancro do ovário relativamente às que não o fizeram. Para utilizadoras recentes, a redução foi de 42% e, para as mulheres que não o tomaram durante um ano ou mais, o risco era 23% menor.

Lisa Iversen, autora do artigo científico, refere que “para mulheres que estão agora em idade reprodutiva e que usam produtos hormonais contemporâneos, as descobertas são tranquilizadoras porque continuam a demonstrar um risco reduzido de cancro de ovário associado a contracetivos orais combinados”.

Além disso, adianta a Visão, os investigadores notaram também que a redução geral foi mais pronunciada nas mulheres que tomaram a pílula combinada do que nas que usaram apenas progestogénios. As formas mais recentes da pílula contêm diferentes doses de estrogénio sintético, assim como diferentes tipos de progestinas, havendo algumas que são tomadas sem paragens.

Apesar destas conclusões, este estudo não é suficiente para provar a relação de causalidade entre o uso da pílula e a redução do risco de desenvolvimento de cancro do ovário.

Além disso, ressalva a revista, este estudo tem outras limitações, como o facto de os investigadores terem deixado de seguir as mulheres assim que fizeram 50 anos e, por esse motivo, o impacto sobre elas à medida que envelheciam não foi investigado.

ZAP //

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