Parque em Berlim cria zonas para compra e venda de droga

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O Görlitzer Park, no distrito de Kreuzberg, na capital alemã, tornou-se, ao longo dos anos, num ponto de encontro para a compra e venda de droga. Este problema tem afastado o resto dos visitantes, que passaram a sentir-se pouco confortáveis e inseguros.

Os esforços da polícia para combater o negócio da droga, incluindo a adoção de uma política de “tolerância zero”, não têm conseguido grandes resultados, por isso, Cengiz Demirci, diretor do parque, decidiu pintar a cor-de-rosa zonas específicas onde os vendedores de droga são autorizados a atuar.

Com esta medida, Demirci pretende conquistar novamente os visitantes e evitar que estes se sintam intimidados pelos grupos de dealers que anteriormente obstruíam a entrada.

Em declarações à rádio alemã RBB, citado pelo jornal britânico The Guardian, Demirci explicou que “este método tem um raciocínio puramente prático subjacente”, fazendo questão de sublinhar que não estão a “legalizar a venda de droga”.

Para o diretor do parque, atribuir aos vendedores um espaço próprio é a estratégia mais eficaz, uma vez que a maioria deles é candidata a asilo e ainda não tem autorização para trabalhar no país. Segundo Demirci, é por essa razão que, se esta medida fosse adotada pelas autoridades, “90% deles iriam parar imediatamente”.

A polícia critica, no entanto, esta abordagem. “O que é preciso é assegurar que o parque está livre das drogas e do crime, uma presença constante de polícia e uma resolução judicial”, defende Benjamin Jendro, do sindicato da polícia de Berlim, ao jornal alemão Bild.

Esta notícia desencadeou também uma onda de críticas por parte de diversos políticos. “Se isto é verdade, então marca a capitulação do nosso Estado de direito. Não devíamos estar a emitir aos negociantes uma licença para negociar”, afirmou Marlene Mortler, do partido conservador, União Social Cristã.

ZAP //

3 Comments

  1. Os governantes estão-se a pôr de cocaras perante a irracionalidade humana, estamos de facto a cair aos poucos num fosso sem retorno possível.

  2. Como se os marginais fossem cumprir com as novas regras. Não deve ser fácil patrulhar todo o parque, mas parece-me que depois de presos são novamente libertados e reincidem. Ou o problema já estaria resolvido.

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