Os painéis da sonda Lucy estão com problemas e a NASA terá de executar a reparação em órbita

(dr) Southwest Research Institute

Caminho orbital da Lucy

Num passado recente, agência já completou com sucesso operações semelhantes.

A nave espacial Lucy, lançada a 16 de outubro do ano passado, sem qualquer tipo de dificuldade, está agora com problemas em fixar um dos seus painéis na posição depois de estes se terem estendido, aparentemente, como estava previsto. A questão foi inicialmente reconhecida pela NASA num publicação no seu blog, onde era explicado que “no atual estado, a Lucy pode continuar a operar sem qualquer ameaça à sua integridade ou segurança“.

A telemetria disponibilizada também parece corroborar esta tese, com todos os sistemas do aparelho a funcionarem corretamente. Ainda assim, a equipa de engenheiros alocados ao projeto “estão a analisar toda a informação para compreender a situação e determinar os próximos passos para alcançar a total implementação da matriz solar”.

Mais recentemente, a NASA veio esclarecer que mesmo sem a capacidade de gerar energia a 100%, a Lucy está a navegar em modo cruzeiro. A equipa acredita que a raiz do problema será um cabo de segurança, que deveria ter puxado a matriz solar da nave para esta se espalhar ao máximo, pode ter perdido a tensão. Numa reunião de avaliação, a 25 de janeiro, Hal Levison, investigador principal do projeto, explicou que não há pressa para encontrar solução. “Temos muito tempo porque não temos agendado lançar principal num futuro próximo”, disse ele. “Estamos a usar o tempo que precisamos para analisar cuidadosamente todas as opções”.

O plano atual consiste numa tentativa de enrolar aquele cordão e trancar a matriz solar, isto no final do mês de abril. Ainda assim, a possibilidade de deixar o cabo como está na atualidade não está totalmente fora de questão. Neste intervalo de tempo, a equipa está a testar um “motor solar de dupla matriz”, que utilizaria o motor principal e o de reserva. Segundo o site Extreme Tech, é possível que o acoplamento de ambos os motores ao mesmo tempo possa aplicar força suficiente para que o conjunto solar em que estão a ocorrer problemas se desdobre totalmente e se bloquei

Esta situação não é nova para a NASA, que já teve de resolver problemas semelhantes, sobretudo no que respeita a danos e a falta de energia. O Skylab foi reparado quando estava em órbita, graças à libertação de uma dobradiça congelada na sua matriz solar danificada. Em 2006, a agência também se bateu com um painel solar preso na ISS, o que acabou por ser uma operação bem sucedida. Em 2021, alteraram estrategicamente os painéis solares no módulo de aterragem Insight para restaurar a energia.

Tal como foi explicado, a aeronave não se encontra em perigo, mas restabelecer o posicionamento dois painéis é essencial para o sucesso da missão. O objetivo científico da Lucy é alimentado precisamente pelos painéis solares, daí estes serem essenciais. O trânsito da nave é, no entanto, controlado por outros meios. Cerca de 14 propulsores de hidrazina, fabricados pela Aerojet Rocketdyne, são responsáveis pela propulsão e correções de rumo, por exemplo.

ZAP //

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