Ordenado médio cresce menos e está mais próximo do salário mínimo

Tendência de aproximação dura há mais de cinco anos, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.

A remuneração média nacional continua a não acompanhar o ritmo da sabida do valor do salário mínimo nacional em 2021, dando continuidade à tendência de aproximação entre os dois indicadores. No ano passado, a retribuição mínima legar já abrangia perto de dois terços da média de remunerações recebidas pelos trabalhadores em Portugal. Os dados são escrutinados na edição de hoje do Jornal de Notícias, depois de terem sido publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com base nas remunerações declaradas à Segurança Social e à Caixa Geral de Aposentações.

De acordo com os números oficiais, o salário-base médio situou-se, no ano passado, em 1038 euros brutos, mais 3% que em 2020. O salário mínimo nacional, por sua vez, subiu para 665 euros, um valor que já cobria 64% do salário médio. Esta tem sido, de resto, uma tendência visível desde 2015, quando a percentagem era de 55%. Ao longo dos últimos seis anos, a média de salário-base subiu em 123 euros (+13,4%), enquanto o salário mínimo aumentou em 160 euros (+31,7%).

No que respeita aos setores de atividade, também é possível apontar diferenças. Por exemplo, nas atividades administrativas e serviços de apoio, as remunerações mínimas permaneceram nos mesmos valores do salário mínimo, à semelhança da agricultura – onde o salário não vão além dos 685 euros.

No setor do turismo, as remunerações, em 2021, ficaram-se, em média, pelos 723 euros no da construção pelos 807 euros, nas outras atividades de serviços pelos 901 euros, no comércio pelos 908 euros, nas águas e saneamento pelos 927 euros, no imobiliário pelos 932 euros e na indústria pelos 957 euros – são, por isso, os setores onde o peso do salário mínimo nas remunerações médias é maior.

Os setores onde a distância é maior entre a remuneração média são o da energia e das águas (2364 euros), o dos organismos internacionais (1775 euros), o dos bancos e seguradoras (1726 euros), o da educação (1701 euros), o da informação e comunicação (1608 euros), o da administração pública, defesa e segurança social (1278 euros),e o das consultores científicas e técnicas (1239 euros).

Já os setores que se aproximam da média salarial e nacional são os das artes, lazer e deporto (1076 euros), minas e pedreiras (1073 euros), transportes e armazenamento (1056 euros) e saúde e serviço social (1031 euros). Nestas áreas, a retribuição mínima cobre cerca de 60% das médias salariais.

ZAP //

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