O camaleão-pantera, desde sempre considerado como uma espécie única, é na realidade 11 espécies diferentes, diz uma equipa de cientistas da Universidade de Genebra, na Suiça.
Originário de Madagáscar, o camaleão-pantera, ou Furcifer pardalis, é uma das mais espectaculares espécies de répteis natvas desta ilha do Índico, ao largo de Moçambique..
Os machos de camaleão-pantera chegam a atingir 50cm de comprimento. As fêmeas grávidas mudam de cor para assinalar que não querem acasalar.
A mais fascinante característica da espécie, no entanto, são as suas extraordinárias cores vibrantes – muito pouco típica de um camaleão.
Mas um novo estudo, desenvolvido pela equipa do professor Michel Milinkovitch, da Universidade de Genebra, e publicado este sábado na Molecular Ecology, trouxe uma revelação surpreendente.
Milinkovitch e os colegas realizaram uma análise detalhada das variações de cores em função da distribuição filogeográfica da espécie.
Os cientistas colheram amostras de sangue de 324 indivíduos de camaleão-pantera em diferentes locais da ilha a analisaram o seu DNA mitocondrial e nuclear.
“O material genético mostrou uma forte relação da estrutura genética em linhagens de locais restritos da ilha, revelando uma reduzida miscigenação entre populações“, diz Milinkovitch à Sci News.
“A análise matemática dos padrões de cores dos 324 exemplares mostrou que as mais subtis diferenças nesses padrões poderiam ser usados para identificar com rigor a localização geográfica do exemplar e a sua correspondente linhagem genética”, acrescenta o cientista.
“Mas a diversidade de padrões sugere que podemos ter que considerar que não estamos apenas perante diferentes linhagens de uma só espécie, mas perante espécies diferentes – mais concretamente, onze espécies”, explica Michel Milinkovitch.
Mas — pergunta o leigo, ingenuamente — quando os camaleões mudam de cor, passamos a ter 22 espécies?
AJB, ZAP