Número de refugiados sírios ultrapassa os 4 milhões

A. Rummery / UNHCR

Crianças sírias brincam num campo de refugiados em Za’atri, na Jordânia

Crianças sírias brincam num campo de refugiados em Za’atri, na Jordânia

Mais de quatro milhões de sírios fugiram da guerra civil no seu país, tornando-se refugiados nas regiões vizinhas, um milhão deles nos últimos dez meses, de acordo com a ONU.

“Esta é a maior população refugiada de um único conflito, [no espaço de] uma geração”, afirmou hoje o Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres. Quase metade destes quatro milhões foram acolhidos na Turquia, mas o número não inclui os 270 mil sírios que desde 2011 pediram asilo a países europeus.

António Guterres apelou à União Europeia (UE) para dar uma “resposta robusta” e “mais eficaz” à crise dos refugiados sírios, apontando como exemplo a Alemanha, que aceitou dezenas de milhares de pedidos.

Segundo Guterres, a Alemanha mostrou-se em 2014 especialmente recetiva ao aceitar dezenas de milhares de pedidos de asilo de refugiados sírios. “Se todos os países fizessem o mesmo, penso que faríamos face ao problema mais confortavelmente”, disse, citado pela agência France Presse.

Segundo o gabinete de estatísticas europeu, Eurostat, a Alemanha recebeu em 2014 cerca de 200 mil pedidos de asilo, um aumento de 60% em relação a 2013, 41 mil dos quais de cidadãos sírios.

António Guterres falava à imprensa à margem de uma reunião dos ministros do Interior da UE consagrada à repartição de 60 mil migrantes pelos países da União para aliviar a Itália e a Grécia.

Guterres foi ao Luxemburgo dizer que a Grécia é o país mais exposto ao afluxo de migrantes provenientes da Síria, com 78 mil pessoas que chegaram à costa grega desde o início do ano, o que exige da Europa uma solidariedade “bem mais forte”.

“Precisamos de uma resposta europeia robusta a um problema que não vai diminuir nos próximos meses, porque não há claramente uma perspetiva de resolução do conflito”, disse.

“A UE e os Estados membros têm de aplicar mecanismos mais fortes para assumir plenamente as suas responsabilidades”, acrescentou, apelando para procedimentos “mais flexíveis” de aprovação de vistos.

Guterres lamentou por outro lado a decisão europeia, tomada na cimeira de 25 de junho, de fazer a repartição dos candidatos a asilo numa base voluntária e não com base em quotas obrigatórias como tinha proposto a Comissão Europeia.

/Lusa

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