Deteção de BAOs, ondas que representam vestígios da explosão responsável pela expansão do Universo, pode ajudar a mapeá-lo e a desvendar os mistérios da energia escura.
Após mais de dois anos de trabalho, investigadores de várias universidades chinesas e da Universidade de Córdoba, na Argentina, partilharam um método de deteção de sinais fundamentais para determinar longas distâncias com maior precisão.
O objetivo do método inovador é detetar as Oscilações Acústicas Bariónicas (BAOs), ondas que, a par da radiação cósmica em microondas, são vestígios do Big Bang que ainda podem ser observados. Curiosamente, estas ondas também agem como pontos de gravidade.
Por existirem há exatamente 500 milhões de anos-luz, as BAOs são muito úteis para medir distâncias, o que pode ser feito com base na separação entre galáxias. Assim, uma parte fundamental do trabalho é detetá-las e determinar o seu tamanho, o que permite mapear o Universo em grande escala.
Os autores do novo estudo usaram métodos estatísticos para analisar uma base de dados de um milhão de galáxias, com atenção especial às suas excentricidades (o quão elípticas elas são) e à densidade no seu redor.
Normalmente, as galáxias “apontam” para onde existe um maior número de galáxias como consequência da gravidade, mas esse fenómeno não se verifica em algumas regiões. É nesses locais que fogem à regra que os astrónomos devem procurar as BAOs, segundo os autores.
O método pode ajudar a estabelecer não só as distâncias das galáxias mais afastadas, mas também a desvendar os mistérios da energia escura, que está por trás da aceleração da expansão do Universo.
Em março, uma outra equipa publicou um estudo que recorre a orientações, alinhamento e formato de 1,2 milhões de galáxias para estudar a aceleração da expansão do Universo. Os autores informaram que iriam expandir a pesquisa de modo a adicionar a distribuição de BAOs no modelo, adição que pode vir a complementar o estudo agora publicado.
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