Ministério dos Negócios Estrangeiros não forneceu à empresa mais indicações sobre os trâmites que devem ser seguidos no sentido de assegurar a vinda da jovem engenheira para Portugal.
Depois de a imprensa nacional ter noticiado no sábado o caso de uma jovem engenheira afegã com uma oferta de trabalho no nosso país — mas que a empresa responsável pela oportunidade de trabalho não consegue trazer para Portugal —, pouco ou nada se alterou nas suas perspetivas futuras. O Ministério dos Negócios Estrangeiros já afirmou ter tomado conhecimento formal do caso, mas encaminhou-o para o Alto Comissariado para as Migrações.
A empresa responsável pelo anúncio, a S317, continua sem informações sobre quais os procedimentos a seguir para a trazer para Portugal, sobretudo no que respeita à obtenção de um visto e de um lugar num dos voos que estão atualmente a retirar afegãos do país.
Segundo Filipe Vasconcelos, sócio fundador da empresa, a jovem em causa está “tranquila mas expectante”, com o empresário a revelar que os contactos entre as partes têm sido constantes. “Ela tem um contrato assinado connosco. Para todos os efeitos, é agora uma colaboradora de uma empresa portuguesa que precisa de repatriamento“.
O sócio da empresa S317 afirmou ao semanário Expresso que após o caso ter sido noticiado pela comunicação social recebeu um contacto particular a disponibilizar alojamento gratuito para a jovem afegã nas imediações das instalações da empresa, situadas em Oeiras.
De acordo com Filipe Vasconcelos, “agora que há um conhecimento oficial do Governo, é preciso dar um visto a esta senhora e saber como é que é integrada num voo humanitário”.
O Expresso também apurou, através de contactos diretos com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e através de depoimentos de Filipe Vasconcelos, que o caso foi “encaminhado aos serviços competente”. “Informamos que a sua mensagem foi encaminhada ais serviços competentes do Estado, designadamente ao Alto Comissariado para as Migrações“, avançou o MNE a Filipe Vasconcelos.
Já ao Expresso, o Ministério tutelado por Augusto Santos Silva confirmou que o número anunciado há uma semana relativo aos refugiados afegãos que Portugal deverá acolher vai ser superior. “Hoje é claro que o nosso país vai ultrapassar esse número“.